sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Professor: o "estrategista da aprendizagem do aluno. Isso é possível?

Pessoal, gostaria de compartilhar com vocês uma experiência que vivencio neste momento! Estou corrigindo um trabalho de conclusão de curso do qual serei banca no mês que vem. O tema do trabalho tem a ver (ou melhor, vamos analisar se tem) com a nossa discussão da última aula: o ensinar e aprender. De acordo com o texto, nas metodologias ativas (no caso a Peer Instruction) os alunos aprendem com seus pares e o professor os deixa livre para aprender "como querem"! Achei isso ótimo!!!!! No entanto, ao final do desenvolvimento das atividades, utilizando um software que pode ser utilizado no celular, computador etc, o professor aplica testes para verificar o que, sem sua ajuda, os alunos aprenderam. Lembrando das discussões de nossa aula, é possível perceber como, apesar da tentativa de inovar, o professor acaba sendo o controlador, o pastor, o "Sócrates atual", que, ainda que permite ao aluno aprender por caminhos diversos, tem a pretensão de controlar, verificar, quantificar a aprendizagem, concebendo esta como o alcance de uma meta por ele estipulada. Segundo o texto, o professor não é mais o detentor do saber, apenas é um mediador, um estrategista da aprendizagem do aluno... Que estejamos atentos às ações pedagógicas travestidas de bem intencionadas...

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Livro para leitura da aula do dia 04/10

Olá Pessoal!!

Para próxima aula o livro será:
GUATTARI, F.. As três ecologias. Trad. Maria Cristina F. Bittencourt e Suely Rolnik. Campinas/SP: Papirus, 2012, 21a. edição.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

O que estou ensinando?


Pergunta reflexiva e desconcertante a luz da nossa prática pedagógica. Lendo o texto de Kohan na visão de Jacques Rancière o inexplicável vem à tona com inúmeras indagações.

Inexplicável: como se fosse impossível descrever meu ensino e traduzir meus métodos de forma coerente e coesa às expectativas dos meus alunos;
Indagações: perguntas que provoca dolo principalmente na metodologia do meu trabalho em sala de aula.

Penso que o conhecimento de novas práticas propõem outras maneiras de enxergar o ensino e a aprendizagem como bagagem alternativa à metodologia do ensino. Mas ainda, o desconhecido assombra. Isto porque essas dúvidas não convence o próprio professor que sua prática explicativa é obsoleta.

Me entenda, a oratória (quase um monólogo em muitas das vezes) faz parte da minha vida desde o ensino básico. Fui formado docente com explicações de quem detinha o único e exclusivo conhecimento.


Como se não bastasse, velhas frases estão sempre presente ao final de cada explanação, como se novas perspectivas e visão de mundo dos alunos, fossem privatizadas pelo professor, não necessária naquele momento. Você Entendeu? (frase de efeito final)


Ensinar e aprender:uma via de mão dupla?

A leitura do capítulo "Infância de um ensinar e aprender" do livro de Kohan me levou, virtualmente, a resgatar na memória um episódio da época em que lecionava na rede estadual de ensino. Diante da turma do 2º ano do ensino médio, expliquei todas as regras que sabia em relação a logaritmos: suas definições, propriedades, aplicações etc, até que no deparamos com um exercício que eu não sabia resolver! Fiquei aflito, não poderia demonstrar que não sabia algo. Afinal, como um professor poderia assumir isso? A linha de fuga encontrada por mim foi organizá-los em grupo e esperar um tempo para ver se algum deles resolvia o exercício proposto. Um dos alunos, depois de uns 10 minutos levantou a mão e disse que havia conseguido resolver por um caminho que eu não havia mencionado... O que eu ignorei foi o signo encontrado por ele para desenvolver seu pensamento. O ensino não estava condicionado à explicação, a um movimento dialético e/ou dialógico; tinha a ver com um modo de compor com aqueles alunos uma relação de troca, de colaboração - uma pedagogia não condicionada à explicação. Entendi a aprendizagem  como processos de individuação - não necessariamente solitário - a partir da relação com o outro. Um processo pessoal, intransferível, absolutamente imprevisível.

Problematizando

Rancière nos convida a refletir por uma outra perspectiva a partir de dois questionamentos:  O que é ensinar? O que é aprender?
considerando  que ...
 “ensinamos e não sabemos o que é ensinar” e que “há muitas formas de ensinar”...
e também que
“não há aprendizagem sem uma experiência de quem aprende e que o aprender está determinado pelo caráter dessa experiência”...
Assim ... “ninguém está isento de aprender nem de ensinar, quando ambos são companheiros da experiência”.

Essa reflexão nos possibilita questionar nossa própria prática a partir de princípios originados na igualdade permitindo que outras questões sejam levantadas:
O que é então dificuldade de aprendizagem? Ela de fato existe? Quem é capaz de determiná-la?
Talvez seja necessário como Jacotot peguntar mais:
 “O que vês? O que pensas disso? O que fazes com isso?”

Lembrei-me do vídeo “Piper” que de maneira lúdica aborda alguns conceitos discutidos no texto, como: aprender, ensinar e experiência. Como cada um é capaz de criar suas próprias estratégias de aprendizagem a partir de experiências, a partir daquilo que “nos passa, nos toca e nos afeta” (Larrosa). 

Por uma liberdade do pensamento

Durante toda minha trajetória na escola básica, acredito que nunca interpretei um texto sozinha. Nunca tive a oportunidade de reproduzi-lo com minhas -reais-palavras. Por mais que a atividade fosse: "Escreva com suas palavras o que o autor disse na página tal." A resposta sempre era considerada 'errada' porque 'não foi isso que o autor quis dizer'.
A resposta então era corrigida pelo professor por uma frase pronta já conhecida. Não havia conhecimento novo construído. Tudo reproduzido.
Sua interpretação está certa desde que seja igual à resposta do livro.

Poxa, triste não ter a liberdade nem de escolher qual preposição usarei numa frase ...

Trinta pessoas numa sala e todas respondendo exatamente a mesma frase, mesmo número de palavras, mesmas vírgulas, mesmo tudo. Eu ia escrever que parece que ninguém é livre para ser diferente. A triste verdade é que ninguém é livre para ser. Ponto.

Fico feliz de estar aqui. Fico feliz de em algum momento da trajetória educativa poder ser livre para escrever ser ter medo de levar nota baixa porque minha opinião é absurda. Absurdo é se achar no poder de qualificar o que o outro pensa.

Esse texto, e todos os outros, sempre me fazem pensar na beleza em ser livre para ser.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

peixes não sobem em arvores



 

 

Tudo evoluiu menos a escola e sua maneira de ensinar que ainda se encontra presa a metodologias e conceitos que não serve mais para ensinar nossas crianças, pois estas também evoluíram com o tempo, ou seja, temos uma escola desatualizada e longe dos reais princípios de uma educação emancipadora.

Acreditar!

Ao fazer leitura do texto, uma novela me veio à cabeça, dos momentos que estava ensinando pessoas com deficiência na minha trajetória, me coloquei na história de Jacotot, que foi colocado em um local onde ninguém o entendia e que ele também não entedia ninguém. E quantas vezes passei por isso, com crianças e adolescentes com deficiência, mas que com força de vontade, com esperança e acreditando no potencial de todos, consegui estabelecer comunicação, signos e experiência, que hoje levo comigo e que pude estimular os alunos a experienciar. Se não tivesse acreditado em cada um, tivesse desistido e julgado que aquelas crianças e adolescentes não tinham capacidade intelectual, jamais teríamos vencido tantas dificuldades, conseguindo ultrapassar barreiras e vivenciamos tantas experiências positivas. Vejo o quanto me fez aprender essa troca, essa vivência e a experiência.
Portanto, concordo com a frase “ quem ensina aprende e quem aprende ensina”.
Não sei se um dia conseguiremos a Emancipação Intelectual como nos propõe Rancière, mas temos a oportunidade de mudar nosso olhar e nossas experiências daqui por diante.


Aprender a aprender -

Explicação da explicação da explicação da explicação...

A partir do texto "Infância do ensinar e do aprender" pude lançar outro olhar sobre Sócrates, através do olhar de Ranciére. Refleti sobre como a desigualdade ou a igualdade das inteligências como pressupostos no ato de ensinar criam toda uma circunstância de embrutecimento ou de emancipação das inteligências. Sócrates via o aprendente como alguém que não sabe o que ele - o mestre - sabe, e assim põe-se em uma posição de superioridade. Entretanto, também amplia o campo de reflexão ao trazer a tona a necessidade do cuidado de si e o vislumbre da ignorância de cada um.
Jacotot, por sua vez, não sabe o que vai ensinar e assim, põe-se em condição de igual.
"A emancipação é o contrário do embrutecimento: uma inteligência se emancipa quando só obedece a si mesma." Esta ideia ecoou em mim ao observar meu próprio trabalho como professor e como artista, pois percebi as aproximações e distanciamentos entre os sentimentos que cultivo e busco num e noutro campo de ação: a arte e a docência.

No campo da arte, obedecer a si mesmo é tão difícil quanto promover este estado à pessoa a quem devo ensinar algo, como professor. Se no trabalho no ateliê - mesmo estando sozinho comigo mesmo - sou atravessado por forças que vigiam o que faço - forças internas provenientes da minha formação, do julgamento social cristalizado em mim; na sala de aula, o 'aprendente' também é transpassado por essas forças e mais uma: eu, professor.

Como agir o poder de professor para a emancipação das inteligências e não para o seu embrutecimento? Como evitar embrutecer-me a mim mesmo?

A resposta - que segue importante mesmo que parcial, genérica e aberta - parece estar na "partilha de vida" (Mantoan) por meio da expressão e na retomar da infância nos espaços e tempos de aprendizagem e ensino.

Ao partilharmos vida, nos livramos das explicações, pois tudo acontece organicamente, intuitivamente, em um processo nômade de pensamento (Deleuze) e ação. Ao partilharmos o tempo presente sem pretender dominar, controlar e normalizar estaremos no caminho da emancipação intelectual. É o que nos suscita Kohan e suas referências. Jacotot - o mestre ignorante de Ranciére -apenas verificava se o trabalho estava sendo realizado com atenção e isto nos leva a outras questões: o que é a atenção nos dias hiperconectados e interrompidos de hoje? Como recuperar este poder de concentração erodido pelo excesso de opinião, pelo excesso de informação, pelo excesso de trabalho?

"A lógica da explicação ajuda e potencializa a desigualdade", posto que pressupõe um sujeito que não sabe que precisa ser ajudado a saber. Este pressuposto cria uma hierarquia, uma desigualdade radical que por sua vez cria uma "incomunicação absoluta: falar com alguém que, por ser inferior, não pode entendê-los".

"É possível ensinar sem explicar, o que se ignora." Jacotot sempre perguntava: O que vês? O que pensas disso? O que fazes com isso? Como esta tríade germinal de perguntas se desenvolve nos solos e mentes contemporâneos, quando tanto o ver, quanto o pensar e o fazer são ditados pela velocidade, pela superficialidade e pelo imediatismo institucionalizado pela escola, pela tecnologia, pela cultura e pela cidadania?




sexta-feira, 15 de setembro de 2017

O LPG ( Laboratório de Psicologia Genética) e  o  GEPEC ( Grupo de Estudos e Pesquisa de Educação Continuada) da  FE/ UNICAMP promoverão  O Fórum Educação no Tempo Presente Reflexões e  Práticas nos dias 20, 21 e 22 de setembro das 8h30 às 17h30  no Centro de Convenções da UNICAMP.  Você é nosso convidado . Inscrições Isentas de taxas. Vagas lmitada. Palestras,  Mesas Redondas,Mini Cursos e Oficinas.



quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Livro para leitura aula do dia 27/09

Olá Pessoal!!

Semana que vem nosso encontro será no Centro de Convenções. Em breve coloco aqui as informações.
Para a aula do dia 27/09 a leitura será:
KOHAN, W.O. Infância. Entre educação e Filosofia. Belo Horizonte: Autêntica, 2011, 2° edição
-Capítulo terceiro: Infância de um ensinar e aprender

Este capítulo está no Google drive, coloquei essa semana.



quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Livro Recomendado pela Profa.

Caras e Caros,

Achei um pdf do livro (Mitos, Emblemas e Sinais) indicado pela professora hoje.

Segue o link: https://fredericomb.files.wordpress.com/2016/04/ginzburg-mitos-emblemas-sinais1.pdf

Abraços,

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Sobre a formação do professor, sobre ser professor.

O texto da professora Ana Maria Camargo, proposto para discussão na aula de amanhã, me possibilitou pensar sobre a nossa formação (docente) e sobre o que é ser professor e tempos de mudanças (urgentes) na educação. Ao trabalhar com os professores do grupo que orientei nos últimos dois anos, pude perceber como, muitas vezes, justificamos a nossa falta de autonomia, nossa indiferença com questões tão sérias (como a inclusão de todos os alunos) etc, mostrando as falhas de nossa formação. A formação docente, seja ela inicial ou continuada (em serviço ou não) tem um importante papel para o desenvolvimento de nosso fazer em sala de aula, no entanto, não podemos justificar que está nela as razões pelas quais não lutamos para que aquilo que queremos seja efetivamente posto em prática. Adorei a parte do texto em que a professora Ana Maria Camargo afirma que a autonomia não está fora de nós, pois ela é o governo de si. Se pensarmos num devir-professor, que não está preso na formação que recebeu, nas macropolíticas educacionais, no que "tem que ser" ensinado ou aprendido, teremos mais chances de transformar nossas aulas em ricas experiências de aprendizado, tanto para os alunos como para nós! É realmente um processo de reinvenção das tradições recebidas, de subtrair as transcendências, arquitetar um plano  de imanência que permite o pensamento (nômade), o aprendizado (criação), o reconhecimento de quem somos e não a busca pelo o que somos. Nem tudo depende da formação!

Formação Humana


De fato, o tempo presente, quando visto na ótica do passado é algo inimaginado e imprevisível. Lendo e relendo o texto proposto algumas indagações e anseios me ressurgem. No ano de 2014, tive uma experiência na Escola da Ponte, em Portugal...observar o funcionamento da escola, a relação entre os alunos e a construção do saber me silenciou profundamente. Percebi que de fato o educador se constitui na relação com as particularidades de cada aluno, com a liberdade e com os sentidos possíveis na escola. Uma das gestoras da Escola da Ponte, em uma conversa me disse: " a solução para os problemas da educação no Brasil, está em cada escola...em cada aluno... é um equívoco os governantes brasileiros buscarem respostas em outras experiências". Assumirmos as relações de poder no ambiente escolar é o pressuposto básico. Por que não atribuirmos sentidos para nossas práticas? Não apenas docentes...práticas cidadãs... libertadoras e possíveis.
Reflexões mais reflexões ....

Nossos encontros estão me trazendo muita reflexão, no último conversamos sobre “Poder e Liberdade – Como preencher? Quais são nossas linhas de fuga?
A leitura desse texto vem me legitimar que a educação é uma oportunidade de o Sujeito ver o mundo e modifica-lo, assim a contribuição à formação do Docente vai ser a de lhe propor interações que construam novas perspectivas a áreas de conhecimento a cada interrogação e busca que for feita aos objetos e sujeitos do saber, ou seja, Instituição, conhecimento e Docente.

Pode -se dizer ainda que a educação pode modificar o corpo e a mente, assim a formação tem que possibilitar ao Docente a condição de visualizar o mundo com um olhar inquiridor que propõe mudanças através dos saberes que lhe são impressos em sua mente, que irão repercutir em seu espaço físico. A educação se faz com Docentes que estão dispostos a promoverem mudanças a partir das concepções que adquirem na sua formação como momento que tem a responsabilidade de formar um cidadão promotor do saber através de suas práticas e discursos.

Por onde começar?

Não é algo tão simples, é muito complexo, especialmente na escola após séculos de disseminação de “verdades impostas” e acreditadas (a autora cita a própria sala de aula como um campo fértil para essa proliferação) soltar as amarras de concepções que entravam as possibilidades do exercício do “pensamento”. É preciso exercitá-lo. É preciso resgatá-lo.  Ao contrário de se exercitar o poder por meio de técnicas e das relações que o próprio ambiente nos estabelece, é necessário questionar e problematizar a constituição desse ser “sujeito” e “assujeitado”, promovendo nos lugares onde estivermos meios propícios para o exercício do pensamento e a produção de  experiências, e partindo pelo respeito aos conhecimentos constituídos é preciso dar margem à questionamentos buscando não reproduzir essas tais “verdades” pela falta destes.

Segundo a autora do texto proposto “pensar de forma diferente é sempre um desafio e quando se trata de realizar o exercício de pensar diferente para promover uma escola inclusiva e de qualidade para todos, esse desafio torna-se maior ainda”. Não é uma tarefa fácil, mas começando em mim mesma, penso que o fato de poder compreender e compartilhar desse “apelo” já pode ser considerado um início.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

A nova velha escola



"Ser professor [...] não é um projeto individual, mas coletivo; não requer apenas o domínio de técnicas e conteúdos, mas envolve afetividade, valores, consciência política, visão de mundo; não é uma identidade fixa, imutável, estável, mas mutável, provisória, múltipla...[...] Ser professor portanto não é ter uma atividade fixa, repetitiva e única para todos os alunos. Ao contrário, exige que o mestre, além de ter o conhecimento sobre aquilo que ensina, deve ter plasticidade frente aos seus discípulos."


Essas passagens do texto me fizeram lembrar de um episódio ocorrido comigo em minha primeira experiência como professora, depois de formada, há alguns anos. Era uma escola que se dizia construtivista (só até aqui já dá medo), mas eu era recém formada atrás de sustento e, a escola, famosa por ser 'diferente'. O espaço era maravilhoso: muitas e muitas árvores, áreas e áreas de jardins e parquinhos com brinquedos de madeira. As salas eram aconchegantes e com um reduzido número de crianças. Era tudo perfeito e eu estava encantada. Mas eu devia saber que tanta coisa boa assim logo de cara devia ter algo estranho. E tinha. Se usava apostila e projetos prontos desde a educação infantil (eu estava com um 1 ano). A coordenadora era Hitler reincarnado. Os professores não eram convidados a pensar ou criar, apenas reproduzir. Os projetos e folhas de lição de casa eram feitos pela coordenação e enviados para nós. Tinha dias em que eu me sentia um robô. Passei a ficar muito mal e o único incentivo a ir trabalhar eram as minhas 10 crianças.Em uma bela sexta-feira ensolarada, depois de uma semana inteira de muita chuva, as crianças estavam exaustas e cansadas de ficar sentadas na sala. A atividade de ciências sobre 'insetos que eu conheço' não estava 'rolando'. Até que tive uma ideia. A porta de minha sala dava para um lindo jardim com muitas árvores. Fiz um convite: 'Meninos, porque não levamos nossos livros lá fora e nos sentamos no chão para fazer a atividade? Faz tempo que não vamos lá fora por conta da chuva. Quem sabe até não encontramos novos insetos?' Eles amaram. Apenas um disse que preferia apoiar o livo na mesa e não no chão. Como o jardim eram beeem pertinho da sala, me sentei na porta e, ao meu lado direto (sala de aula) sentei essa criança na mesa/cadeira. À minha esquerda (o jardim) sentaram ao chão os 9 restantes. Eu literalmente podia estender os dois braços e encostar nas 10 crianças. Estava tudo sobre controle e a aula fluiu. Foi ótimo. Do nada, escuto a coordenadora berrando, berrando muito, me perguntando o que estava acontecendo e o que eu achava que estava fazendo. Que aquilo era um absurdo e que eu levasse todos para dentro imediatamente. O meu menino mais novo ( diagnosticado com bipolaridade) chorou e disse que não queria. Que ele ficava mais calmo lá e estava aprendendo mais. Ela gritou, o pegou pelo braço e o arrastou até a sala. Foi horrível. Mais tarde, em sua sala, me passou um sermão e, depois, me cedeu a palavra. Eu disse que faria de novo, e que fiz o que sentia que era certo para minha turma naquele momento. Ela ficou irada e disse estar desapontada, pois esperava que seu tom enérgico fizesse com que eu abaixasse minha cabeça e concordasse que errei. Essas foram sua palavras, literalmente.


Foucault nunca foi tão atual.



A escola como lugar de libertar subjetividades.



Como agir o professor no espaço entre o poder e o saber? Como formar professores capazes de agir seu poder evitando formas e práticas de domínio e laminação de sujeitos conformes, iguais? Como aproveitar o valioso espaço escolar - com suas escotilhas de observação, sinos e formulários - para tal lida?

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Sujeitos Deslizantes. série de escultura em madeira 2017
A ideia de uma escola fundada no pressuposto de uma 'desigualdade a ser reduzida' ou de uma "confirmação de uma incapacidade pelo próprio ato que pretende reduzi-la" tem conformado professores há décadas. O próprio professor-sujeito-cidadão, reduzido e seduzido por falsas liberdades saturadas de guias e de visões de mundo, submetido e podado pela vigilância e pela punição - deve (re)encontrar as suas próprias ideias.

Para reencontrá-las, entretanto, precisa desmontar os aparatos que montou dentro de si mesmo. Aparatos que como máquinas fumegantes, afirmam sua irrevogável meia-verdade. Para que sirvo? O que devo fazer? O que não posso fazer? A ideia de escola e do ensinar vigora nestas e noutras perguntas, existe na arquitetura e num arsenal de símbolos que ora precisam ser desconstruídos para que dar espaço a outra visão em devir.

Para erodir, subverter e denegrir esta ideia de escola que reduz e normaliza, a formação de professores busca a desnaturalização de valores, ideias e procedimentos; Questiona e confronta as práticas e teorias acatadas, repetidas; convida à um outro estar na escola. Um estar em que se "força a ver uma capacidade que se ignora ou se denega a se reconhecer e a desenvolver todas as consequências desse reconhecimento."

O professor que desmonta suas próprias armadilhas, que se livra de lastro, que fica exposto - quase em perigo -, que tem tempo para si mesmo, que exercita o improviso no caos, que sente e pensa num só, pode então (re)encontrar a experiência viva, fluida e fugaz do ato de ensinar.



Aprender a aprender

Na leitura da lição não se busca o que o texto sabe, mas o que o texto pensa. Ou seja, o que o texto leva a pensar. Por isso, depois da leitura, o importante não é que nós saibamos do texto o que nós pensamos do texto, mas o que — com o texto, contra o texto ou a partir do texto — nós sejamos capazes de pensar.
Outro dia fizemos uma lousa com termos que são usados em nossos meios e que, tudo considerado, pouco ou nada dizem. A leitura desta semana me lembrou de um que passou batido em nosso encontro: aprender a aprender.
Quantas não são as escolas que dizem estarem pautadas no aprender a aprender e que, após uma imposição/sugestão de leitura, fazem exatamente o oposto do proposto no trecho do texto que citei acima? Quantas vezes não tivemos que ler para, apenas e tão somente, reproduzir o que estava escrito, e nas palavras exatas do autor?
Afinal, é possível aprender a aprender quando não se pode nem mesmo pensar criticamente sobre o que é oferece em sala de aula?

Um pouco de humor

Esbarrei nesse vídeo por coincidências da vida. Compartilho com a turma porque ele discute, de uma forma bastante descontraída e cômica, alguns conceitos que temos estudado.


domingo, 10 de setembro de 2017

Fortes Lembranças!


Fazendo a leitura do texto "Pensar a Formação Docente", me veio uma lembrança muito forte da minha infância na escola, em que passei por uma situação extremamente desagradável, que me fez desinteressar pela escola. Ao ler o texto as palavras poder, controle, normatização, classificação e disciplinamento vieram fortemente em minha mente.
Quando eu fui para a 4ª série (hoje 5º ano) tive que mudar de escola e de cidade, ao chegar na nova escola a mesma professora dava aulas na 4ª série da manhã e da tarde, a princípio fui colocada na sala da manhã, onde após 3 dias de frequência fui descobrir ser a sala forte. No final desta primeira semana, recebi a notícia que na semana seguinte eu estudaria a tarde, fiquei sem entender, mas fui. Iniciei na nova sala e daí fui descobrir que aquela sala era dos fracos, fiquei chocada. O tratamento com os alunos era totalmente diferente, a professora tratava muito mal os alunos, os punia o tempo todo, chegava até agredir fisicamente os alunos. Para minha total surpresa, antes de terminar a semana a professora rasgou duas folhas do meu caderno porque eu não escrevi na primeira linha. Fiquei horrorizada com aquilo, não queria mais voltar para a escola e após minha mãe ter ido até a escola e pedir explicações de tudo o que havia ocorrido, voltei estudar de manhã novamente na classe forte.
Este fato me marcou muito e quando fui fazer magistério, depois pedagogia, após o mestrado e fui trabalhando como professora, busquei sempre rever minhas práticas, buscando sempre transformá-las, pois jamais teria coragem de tomar esse tipo de atitude com os meus alunos. 
Enfim, é triste pensar que o poder, o controle, as normatizações, a classificação e o disciplinamento, estão enraizados profundamente na cabeça de muitos professores, que não dão e não se dão a oportunidade de transformação. E a escola ajuda a disseminar essas atitudes discriminatórias...
Termino com um trecho da observação de Pereira (2006, pg. 07-08):
"O professorado, pouco a pouco, deixa de se perguntar pelo que pode fazer, pelo que sabe fazer, pelo que consegue fazer e, em lugar disso, pergunta pelo que é que deve fazer. Pouco a pouco transfere o poder de decisão e orientação para uma instância exterior a si. Fabrica uma transcendência a quem se põe a seguir."

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Criança - Função - Sociedade


Pensando na aula anterior, a qual me levou a muitas reflexões, uma delas não consigo parar de pensar, “a função da criança para a sociedade”. Essa pergunta me fez entender a inquietude dos pais, dos professores, do governo, enfim ... a angustia de quando a criança será alfabetizada. Porque uma criança precisa ser alfabetizada tão cedo? A alfabetização seria uma questão de disciplina? Disciplina que deriva do vocábulo idêntico? Precisamos sermos todos iguais? Por quê? Tem a ver com poder?
O poder disciplinar é com efeito um poder que, em vez de se apropriar e de retirar, tem como função maior ‘adestrar’; ou sem dúvida adestrar para retirar e se apropriar ainda mais e melhor. (...) A disciplina ‘fabrica’ indivíduos; ela é a técnica específica de um poder que toma os indivíduos ao mesmo tempo como objetos e como instrumentos de seu exercício. Não é um poder triunfante que, a partir de seu próprio excesso, pode-se fiar em seu superpoderio; é um poder modesto, desconfiado, que funciona a modo de uma economia calculada, mas permanente. (FOUCAULT, 1984. p.153).
Muitas perguntas ainda me perturbam!!! O que é ser criança? O que significa a infância? Infância e crianças são sinônimos?
Uma ideia não sai da cabeça “ A vontade de salvar a criança do infanticídio da sociedade”


Leitura Próxima Aula

Caras e Caros,

Em nosso próximo encontro, no dia 13/09, discutiremos a leitura PENSAR A FORMAÇÃO DOCENTE A PARTIR DE FERRAMENTAS FOUCAULTIANAS

Abraços!

Domingos longínquos que vivem ao meu lado

Hoje pela manhã, ainda remoendo a dor no estômago promovida por aquele texto e um tanto de café, lembrei dessa música e do mesmo desconforto com o qual a ouvia, criança, na sala de estar da casa dos meus pais, em domingos longínquos que vivem ao meu lado.

"Deus lhe pague". Chico Buarque, Construção, 1971


Infantilização do Prisioneiro

"Não são apenas os prisioneiros que são tratados como crianças, mas as crianças como prisioneiras. As crianças sofrem uma infantilização que não é delas. Neste sentido, é verdade que as escolas se parecem um pouco com as prisões, as fábricas se parecem muito com as prisões." M. Foucault




Infância Negada

Infância perdida ou negada. Um contexto que é precursor da ininteligência do adulto. Torná-lo superior a elas não define seu caráter maioritário, pelo contrário, atrofia seu poder verdadeiro de sentir, pensar, entender o outro e no final, a si mesmo.

Como não reconhecer a infância?  Lugar de delícias, de sabores cativantes e inesquecíveis, de paixões pelos brinquedos e brincadeiras ao ponto de "marcar" neurônios responsáveis pela memória e esses se manifestar agora com reações tão boas quando recorda tais emoções na vida adulta. Como deixar pra trás o carinho e amor de quem o criou. Sim, mesmo que antes do século XVII a família não viu sua importância, ainda assim pudera sentir sua necessidade, mesmo que essa fora para contemplar o próprio desejo do adulto.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Inquietações

Durante a leitura proposta e pelas discussões do grupo surgiram muitas inquietações...



“Nas escolas, os indivíduos têm experiências de si que modificam sua relação consigo mesmos numa direção precisa. São experiências demarcadas por regras e procedimentos que incitam subjetividades dóceis, disciplinadas, obedientes. A escola moderna não é a hospitaleira da liberdade, embora precise dela para acolher o exercício do poder disciplinar e não a mera submissão do outro”.

Durante a leitura proposta e pelas discussões do grupo surgiram muitas inquietações...
Lembrei-me do poema “O medo” de Drummond, deixo alguns trechos:

E fomos educados para o medo. 
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo...

O medo, com sua capa,
Nos dissimula e nos berça...

Nosso caminho: traçado...

Nossos filhos tão felizes
Fiéis herdeiros do medo...

Que poder disciplinar é esse que extrapola as relações de respeito pelo outro, pela criança, que leva um professor a agir agressivamente com seus alunos no 1º ano porque escreveram de “maneira incorreta”? 

A escala de poder que repercute sobre nós todos, nos torna pessoas sufocadas pela força desse deliberado poder disciplinar, que na verdade é arbitrário e só é cumprido a partir de uma obediência cega e também pela imposição e inculcar do medo. Ao contrário de “formatar” e “reprimir” a escola deve ser utilizada para propiciar meios para que as crianças sejam livres para criar. Ensinar não é achar que o outro aprendeu errado!

Sobre lembranças ...



"Não são apenas os prisioneiros que são tratados como crianças, mas as crianças como prisioneiras. As crianças sofrem uma infantilização que não é delas. Neste sentido, é verdade que as escolas se parecem um pouco com as prisões, as fábricas se parecem muito com as prisões."


Sempre amei essa tirinha do Calvin e essa citação de Foucault me fez lembrar dela. Não é um exagero tão grande de Calvin, uma criança que foi obrigada a ficar sentada por horas, chamar a atitude da professora de ditadura. A escola ainda continua sendo uma instituição controladora, que vigia e pune, como diz o próprio Foucault. 

Lembrei-me de um professor de geopolítica, durante uma aula no ensino médio, quando comparava a estrutura física do colégio, e escolas em geral, com a de um presídio. As salas (celas) lotadas, dispostas lado a lado em grandes corredores. O pátio para os momentos de recreio (banho de sol), controlados por sinais sonoros e por pouco tempo. A sala da diretoria afastada. Inspetores (carcereiros) vigiando se todos estão cumprindo horário e se estão no local certo. Lembro que fiquei espantada na hora. Seria esse professor louco? Seria essa comparação mera coincidência? (foi o que pensei na época). Mas fazia tanto sentido ! Metade da turma considerou o professor um louco comunista. 45% apenas riu sem entender nada e os outros 5% ficaram com 'a pulga atras da orelha' e foram fazer licenciaturas na faculdade para entender melhor isso. Cá estou eu!

Dois anos depois disso eu estava na graduação lendo "Vigiar e Punir" de Foucault. Sete anos depois estou discutindo isso na aula da Pós. E a escola continua assim. Estamos caminhando, há muita coisa boa (aparentemente) sendo construída. Mas precisamos continuar na luta.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Entre o machado e a alquimia, a insustentável leveza do ser

"As nuvens alaranjadas do poente iluminam tudo com o encanto da nostalgia; mesmo a guilhotina." Kundera 1984

Sobre meus ombros - olhando o que faço, os olhos de todos. São pessoas invisíveis que me veem por completo. Sobre meus ombros acho que sei o que querem de mim, e tudo há para que eu o faça assim, como desejado. Falam coisas sobre a beleza, abanam prêmios e facilidades, ameaçam com o medo da dívida e do ridículo.

É difícil fazer o que eu sinto. Poder o que eu sinto. Porque fizeram-me ser o que fizeram-me fazer ao longo de tantos anos. Seguir o cronograma, observar o regulamento, planejar, poupar,  escolher uma profissão, responder corretamente, vigiar o amigo, punir o anormal, esquecer a minha infância. 

Aprendi a saber poder apenas o que me foi permitido e incentivado.

O ateliê é um campo onde há linhas de fuga, frestas. Um campo onde se deve caminhar sobre a improvável decisão entre o peso e a leveza do Ser (como disse Kundera). O peso das expectativas do outro, de todo o emaranhado de relações de poder que me atravessam, da concretude do mundo real ou a leveza absolutamente livre e de tal forma desligada deste mundo, que fica mais leve que o ar, evaporando-se com as nuvens.

O artista fazendo busca por uma outra experiência de ser. Busca uma experiência que escape dos campos demarcados, já percorridos. É agente de transformação e expressão e sabe que se encontra dentro das malhas de poder; deseja modificá-las para seu fluir, mas só pode almejar êxito caso pare de tentar.

Quando me ponho a trabalhar meu ser se ocupa e age. As vozes sobre meus ombros falam. Mas aos poucos, se deixo o tempo escorrer e desisto de trabalhar, quando não sei mais o que estou fazendo, alguma coisa pode acontecer.
lembrei desse cartum do Quino, que traz a querida Mafalda:

"às vezes vocês não se sentem um tanto indefinidos?"

disciplinas?
currículos?
séries?
escolas?
bons alunos?
maus alunos?
bons professores?
maus professores?
boas escolas?
....



O causo da fotografia do vô Zeca

Com a leitura do texto lembrei-me de um causo ocorrido com meu avô, Zeca. Um dos 12 filhos da enérgica Dona Aparecida, ele, ainda criança, ia fazer matrícula no Grupo Escolar. Para tanto, precisava de uma fotografia e foi pedir à Dona Aparecida que resolvesse o caso. Imediatamente ela respondeu (ríspida): fotografia sua? Não precisa! Tá aqui, leva a do seu irmão porque nessa idade vocês são todos iguais! E assim foi feito.

Num tempo em que criança não sentava à mesa para fazer as refeições com os adultos, nem tinha voz pra nada. Meu avó nasceu em 1911 e não existia esse negócio de
infância. O lugar da criança era outro, fora de casa e assim que fosse possível ia arrumar um trabalho.
Interessante, né?

Comentários

Carxs alunxs,

Estou sentindo falta de comentários às postagens. Todas elas merecem um adendo de cada um/a de nós.
 Estou no aguardo.
 Até 4a. feira.

domingo, 3 de setembro de 2017

A "descoberta" da "invenção"

Um dos melhores texto que já tive a oportunidade de ler. Nunca tinha pensado na infância como uma fase construída ou inventada dentro da pedagogia moderna. Muito revelador também foi o que M. Foucault nos traz como o professor pastor. Também muito bom o esclarecimento sobre a influência do cristianismo com suas imposições e a figura do professor-pastor. Como nos ajuda o autor: "Todas as técnicas: exame, confissão, obediência e direção da consciência, têm como objetivo induzir os membros do rebanho à sua mortificação". Juntando isto com o sistema hierárquico dentro dos meios educacionais, explicado pela professora na última aula, podemos compreender a gravidade ao qual vivemos hoje o processo institucional em todos os âmbitos de organização social incluindo entre estes a escola.

Jogo de poder

O texto desta semana me levou a uma reflexão muito interessante. Os seguintes trechos, especialmente, me fizeram encadear algumas ideias:

Aplicada a uma criança, a disciplina evoca um duplo processo de saber e poder: apresentar determinado saber à criança e produzir estratégias para mantê-Ia nesse saber." De modo que, desde a etimologia até os usos atuais do termo, a disciplina - o saber e o poder - e a infância estão juntas.

'Governo' não quer dizer, nesta ótica, aparato estatal, mas o modo como se dirige, em qualquer âmbito, a conduta dos indivíduos. Governar, diz Foucault, é estruturar o possível campo de ação dos outros." De modo que o exercício do poder é um modo como certas ações estruturam o campo de outras possíveis ações." Assim, se afirma o caráter produtivo, não apenas repressivo do poder.

Há dois sentidos da palavra sujeito: sujeito a algum outro pelo controle e pela dependência; e atado à sua própria identidade pela consciência ou conhecimento de si. Os dois sentidos sugerem uma forma de poder que subjuga e faz sujeito a.

 Daí ficou a coceira... Neste jogo de poderes (se me permitem certa dose de ironia), as regras são feitas e aplicadas de forma a inviabilizar a vitória das crianças, que estarão fadadas a ocuparem o papel de sujeitadas a outros, e governadas pela disciplina.

Que jogo chato, não?

Reflexão!

Fazendo a leitura do texto "Infância ", reparto-me a minha infância e trago comigo o quanto passamos por momentos opressores, em que o nosso saber é medido e somos colocados à margem de avaliações e mais avaliações. Diariamente somos avaliados, seja na escola, seja igreja, seja na sociedade, em todos os lugares que vamos somos colocados à margem de regras, de moralidades, de disciplinas. E tudo que se desvia destas regras e disciplinas é discriminado, é colocado na fila do diagnóstico médico, pedagógico, psicológico, etc. Acredito que, em sociedade devemos estabelecer algumas regras de convivência para que possamos juntos zelarmos dos bem naturais que dependemos para nossa sobrevivência, mas infelizmente somos " encapsulados" por políticas dominadoras que " enclausuraram" a sociedade com o objetivo do capitalismo e obtenção do lucro e do dinheiro. Nossa infância, ao invés de ser vista como um momento de descoberta, está sendo usada como parâmetro para diagnosticar. Os professores e a educação como um todo está sendo usada para um continum de disciplinas e regramentos vazios. Enfim, quando será que vamos conseguir nos libertar de tantas e tantas regras, limites e conceitos, que só nos fazem seres preconceituosos e excludentes....
Gostaria que vocês assistissem o filme " O Enigma de Kasper Houser " e depois tirem suas conclusões......