terça-feira, 5 de setembro de 2017

Inquietações

Durante a leitura proposta e pelas discussões do grupo surgiram muitas inquietações...



“Nas escolas, os indivíduos têm experiências de si que modificam sua relação consigo mesmos numa direção precisa. São experiências demarcadas por regras e procedimentos que incitam subjetividades dóceis, disciplinadas, obedientes. A escola moderna não é a hospitaleira da liberdade, embora precise dela para acolher o exercício do poder disciplinar e não a mera submissão do outro”.

Durante a leitura proposta e pelas discussões do grupo surgiram muitas inquietações...
Lembrei-me do poema “O medo” de Drummond, deixo alguns trechos:

E fomos educados para o medo. 
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo...

O medo, com sua capa,
Nos dissimula e nos berça...

Nosso caminho: traçado...

Nossos filhos tão felizes
Fiéis herdeiros do medo...

Que poder disciplinar é esse que extrapola as relações de respeito pelo outro, pela criança, que leva um professor a agir agressivamente com seus alunos no 1º ano porque escreveram de “maneira incorreta”? 

A escala de poder que repercute sobre nós todos, nos torna pessoas sufocadas pela força desse deliberado poder disciplinar, que na verdade é arbitrário e só é cumprido a partir de uma obediência cega e também pela imposição e inculcar do medo. Ao contrário de “formatar” e “reprimir” a escola deve ser utilizada para propiciar meios para que as crianças sejam livres para criar. Ensinar não é achar que o outro aprendeu errado!

Um comentário:

  1. Eu gostei da ideia "libertar da liberdade". Liberdade aqui, como meio necessário para o exercício do poder. Só se exerce o poder sobre a pessoa livre. O que isso significa? Qual seria a liberdade desejada para a infância?

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