Como agir o professor no espaço entre o poder e o saber? Como formar professores capazes de agir seu poder evitando formas e práticas de domínio e laminação de sujeitos conformes, iguais? Como aproveitar o valioso espaço escolar - com suas escotilhas de observação, sinos e formulários - para tal lida?
Sujeitos Deslizantes. série de escultura em madeira 2017 |
Para reencontrá-las, entretanto, precisa desmontar os aparatos que montou dentro de si mesmo. Aparatos que como máquinas fumegantes, afirmam sua irrevogável meia-verdade. Para que sirvo? O que devo fazer? O que não posso fazer? A ideia de escola e do ensinar vigora nestas e noutras perguntas, existe na arquitetura e num arsenal de símbolos que ora precisam ser desconstruídos para que dar espaço a outra visão em devir.
Para erodir, subverter e denegrir esta ideia de escola que reduz e normaliza, a formação de professores busca a desnaturalização de valores, ideias e procedimentos; Questiona e confronta as práticas e teorias acatadas, repetidas; convida à um outro estar na escola. Um estar em que se "força a ver uma capacidade que se ignora ou se denega a se reconhecer e a desenvolver todas as consequências desse reconhecimento."
O professor que desmonta suas próprias armadilhas, que se livra de lastro, que fica exposto - quase em perigo -, que tem tempo para si mesmo, que exercita o improviso no caos, que sente e pensa num só, pode então (re)encontrar a experiência viva, fluida e fugaz do ato de ensinar.
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