segunda-feira, 11 de setembro de 2017

A escola como lugar de libertar subjetividades.



Como agir o professor no espaço entre o poder e o saber? Como formar professores capazes de agir seu poder evitando formas e práticas de domínio e laminação de sujeitos conformes, iguais? Como aproveitar o valioso espaço escolar - com suas escotilhas de observação, sinos e formulários - para tal lida?

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Sujeitos Deslizantes. série de escultura em madeira 2017
A ideia de uma escola fundada no pressuposto de uma 'desigualdade a ser reduzida' ou de uma "confirmação de uma incapacidade pelo próprio ato que pretende reduzi-la" tem conformado professores há décadas. O próprio professor-sujeito-cidadão, reduzido e seduzido por falsas liberdades saturadas de guias e de visões de mundo, submetido e podado pela vigilância e pela punição - deve (re)encontrar as suas próprias ideias.

Para reencontrá-las, entretanto, precisa desmontar os aparatos que montou dentro de si mesmo. Aparatos que como máquinas fumegantes, afirmam sua irrevogável meia-verdade. Para que sirvo? O que devo fazer? O que não posso fazer? A ideia de escola e do ensinar vigora nestas e noutras perguntas, existe na arquitetura e num arsenal de símbolos que ora precisam ser desconstruídos para que dar espaço a outra visão em devir.

Para erodir, subverter e denegrir esta ideia de escola que reduz e normaliza, a formação de professores busca a desnaturalização de valores, ideias e procedimentos; Questiona e confronta as práticas e teorias acatadas, repetidas; convida à um outro estar na escola. Um estar em que se "força a ver uma capacidade que se ignora ou se denega a se reconhecer e a desenvolver todas as consequências desse reconhecimento."

O professor que desmonta suas próprias armadilhas, que se livra de lastro, que fica exposto - quase em perigo -, que tem tempo para si mesmo, que exercita o improviso no caos, que sente e pensa num só, pode então (re)encontrar a experiência viva, fluida e fugaz do ato de ensinar.



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