quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Nossas fotos do encerramento

Caras e caros!

Desculpem a demora! As fotos de nosso encerramento podem ser vistas em https://photos.app.goo.gl/AjJEwJ6XNJjelOJj1

Abraços e até breve!

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Deslocamentos



Ainda durante o período de  graduação em Educação Física, pela Unicamp, em 2001, desenvolvi um projeto junto a Casa da Criança Paralítica de Campinas durante 3 anos. Nesta época lia muito as produções da Professora Maria Teresa referentes à pessoa com deficiência. Neste ano, 2017,  segui a sugestão da Professora Suely Galli e me inscrevi na disciplina "Escola Boa é Escola para Todos".  Tive  prazer de saborear o conhecimento,  e naturalidade de  pensar e refletir sobre Educação. Compreender a nossa identidade como educador e sujeito é o pressuposto básico, sem o intuito de mascararmos as nossas práticas. Refletir sobre os  textos visando o entendimento e a consequentemente compartilhar o nosso conhecimento.
O referencial bibliográfico ofertado me proporcionou um novo olhar sobre a escola, na qual cada criança e adolescente expresse a sua diferença. A experiência de cada sujeito, como salienta Larrosa, nos atenta para a diferenciação com o conhecimento. A pós-modernidade, acarreta em uma sobrecarga de informações  que saturam  e ofuscam o experimentar.

 As aulas para mim, no LEPED foram momentos únicos e peculiares. A paixão da Professora Maria Teresa, demonstrada em  cada encontro e na escolha dos textos contribuiu com o deslocamento gradativo da minha identidade. Sensivelmente...parei...me enxerguei e me vi.



quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Diálogo com a experiência


Nessa trajetória com o grupo de estudos do LEPED sou convidada a compartilhar com os leitores e ouvintes uma experiência que se encaixa e relaciona-se com tudo aquilo que me chamou atenção nas leituras que a disciplina “Seminário I – Escola para todos” propôs.
Trata-se de ser agenciada não somente pelas concepções dos teóricos, os quais tivemos discussões a partir de suas obras – nossa matéria-prima - mas também pelas contribuições de todos que participaram desses encontros e que de uma maneira ou outra contribuíram com suas ideias. Fui e estou provocada a buscar novas formas de rever a escola.
Escola, uma instituição que é parte da minha vida, na qual eu vivo diariamente e compartilho das conquistas e dos desafios enfrentados dia após dia. Nesse cotidiano de lutas, muitas pessoas compõem parte de um quadro que em diferentes momentos é revisitado, com pinceladas novas, cores diferentes e ajustes moldados aos sentimentos momentâneos do artista que o trabalha. Esse artista muitas vezes sou eu mesma, mesmo inconsciente disso, e quando o novo acontece, penso que as reações ocorram individualmente por meio das ideias e das criações.
Para ilustrar quero compartilhar essa história...
Uma mãe chegou à escola a procura do diretor, solicitou uma vaga na instituição para seu filho de 10 anos. O diretor fez alguns questionamentos sobre a criança e seu comportamento. A mãe omitiu da escola qualquer tipo de problema, de qualquer natureza.
A vaga foi concedida, logo no primeiro dia de aula a criança teve que ser levada de volta para sua casa, não sei qual foi o motivo. No segundo dia, novamente o aluno deveria ser levado para casa, como assim o foi. Não entendi muito bem o que estava acontecendo, que situação era vivida por aquele menino. Segundo dia de aula, segundo dia para casa mais cedo. Fora-me solicitado ligar requerendo monitoria para o aluno em órgão responsável. Alguém havia dito para o diretor que a criança era “problemática”.
Compreendi a partir das leituras, das contribuições de Foucault e discussões com o grupo, que se eu quiser mudar algo nas  relações de poder dentro da escola, devo jogar. É assim que venho fazendo, buscando linhas de fuga para a resolução dos problemas que constantemente surgem, mas sou consciente de que minhas ações também refletem determinado tipo de poder do qual disponho, por isso vejo a necessidade de me preocupar e estar atenta, uma vez que serei responsável por aquilo que eu possa produzir no outro.
E mesmo considerando a escola como uma instituição que não é livre, uma vez que compõe parte de um sistema nacional de educação e que é mantida sob regras e moral, entendi que somente posso começar a modificar algo, ou alguma situação, dentro daquilo que é possível, nesse lugar onde estou.
Passando despercebidamente por cima das determinações liguei para a escola anterior do aluno para tentar saber o que havia acontecido. Descobri que a criança apresentava três diagnósticos e que na outra escola era acompanhada individualmente por uma monitora, sendo que fora convidado a retirar-se da instituição.
Nem sei dizer se fiquei tão surpresa, mas sei dizer que fiquei revoltada. Estavam produzindo um determinado modo de existência insuportável para essa criança dentro da instituição escolar. Ele nem mesmo fazia parte da sala de aula! Suas aulas eram feitas em local diferente e isolado, somente pelo aluno junto da monitora.
Considerando a instituição escolar a partir e sob o prisma que esse grupo de estudos possui, noto que diferentemente de muitos outros grupos de pesquisa, nós não vemos uma estrada que leva a busca por melhorias na qualidade do ensino pavimentada de concreto batido com teorias e medidas de ações prontas, formatadas, prescritas e determinadas, mas sim uma estrada construída sem pavimentos embrutecidos, com materiais que permitem serem trocados, repensados, revestidos, reformulados, renovados pela criação de cada ser que nela caminha, professor, aluno, gestor, toda equipe que vive intensamente essa busca incessante.
Dessa perspectiva entendi que era preciso agir.
 “Ele não tem jeito!” Essa foi a fala da coordenadora para mim. Ele me agrediu fisicamente – ela disse. Precisa tomar remédios e a mãe não administra. Bate e xinga professores e alunos e a mãe protege e endossa o que faz. Já o encaminhamos para o Conselho Tutelar muitas vezes.
Atônita, pensei: “Ele tem 10 anos apenas”. Desliguei o telefone sem saber o que fazer. Disse para o diretor que tínhamos um problema e precisávamos resolver. A essa altura a criança já havia ido para casa.
O dia terminou e mesmo em casa não consegui parar de pensar naquele ser humano pequeno e excluído por todos à sua volta. Era preciso encontrar formas de dessubjetivar.  Mas como?  Na oportunidade. E essa oportunidade não deveria ser aguardada, mas sim criada.
Guattari nos chama atenção para o fato de aceitarmos o mundo a partir de determinados padrões estabelecidos sem questionamentos e esse aspecto foi muito caro para mim, pois não poderia fazer mais do mesmo, a situação não poderia ser a mesma que ocorria na outra escola. Não tenho aqui a pretensão de comparar escolas e pessoas, mas sim pretendo refletir sobre minha própria atuação profissional e pessoal diante de uma problemática escolar cotidiana. Questionando sobre como renovar, modificar e atuar. Produzindo meu próprio estilo em benefício do outro, cuidando do outro e consequentemente de mim mesma.
Cheguei à escola e pedi permissão para a vice-diretora para tentar mudar o rumo daquela história, resgatar novamente a confiança daquela criança nas pessoas e na instituição escola. Eu disse que precisávamos mudar o rumo daquela situação, mas não sei se daria certo, mesmo porque, os contatos telefônicos entre professores de uma escola para outra para contar e falar sobre o aluno já estavam acontecendo, fato que fugia ao nosso controle. A criança estava trazendo um rótulo dado na outra escola e os próprios profissionais da nova instituição estavam disseminando este rótulo. Era preciso derrubar essa barreira, retirando das páginas anteriores, segundo Deleuze (2002; p. 209) “as imagens e as ideias feitas que constituem outros tantos obstáculos à emergência da obra”. 
Chamei-o para conversar, pedi a companhia da vice. Falamos por quase duas horas e oportunizamos a ele um momento para que se expusesse. Fiquei com um nó na garganta. De imediato tomei providências para que suas limitações físicas passassem a não ser tamanho impecilho em sala de  aula, porém tudo com o apoio do   próprio aluno, que por sua vez nos contou como se sentia diante daquela situação toda.                                                                                                                                Peguei nas pequenas mãos dele e disse que poderia contar conosco e que escreveríamos juntos uma nova história, que ele deveria ser feliz, que eu não me importava se ele iria ou não aprender os conteúdos, mas que o importante seria de que ele se sentisse bem ali naquele ambiente. Tive apoio da vice em tudo aquilo que propus.
Não apenas passei por esse momento, essa experiência, mas a vivi, ela me afetou, me tocou, assim como pontua Larrosa. Nesse caso, se fazia necessário, me apropriando do conceito de Guattari, de um “engajamento” não somente meu, mas de todos que atuam nesta escola, todos que estavam em posição de intervir positivamente. Decididamente chamei todos os profissionais da escola, professores polivalentes, professores especialistas, inspetores, entre outros, além de falar com todo o grupo de professores, mesmo os que não tinham aula na sala dele e contei a todos a experiência ressaltando a necessidade de acolhida e  a forma de todos lidarem com suas limitações físicas. Agi com a oportunidade que tive, ou que criei.
A reação diante esse fato reflete a forma de ação destacada pelo professor Silvio Gallo, atuar  nas brechas, aproveitando as oportunidades, essa é a educação menor que acontece ali todos os dias dentro da escola, de cada sala de aula, longe do sistema e da imposição legislativa. Mesmo assim, chamamos a atenção das instâncias superiores pela maneira como atuamos, uma vez que perceberam resgatadas a felicidade e o prazer em estar na escola por esse aluno.  
Hoje, mais ou menos dois meses e meio após o início dessa história eu ganho um abraço quase todos os dias na hora da entrada das turmas. Essa criança agora tem amigos, tem apoio de todos na escola e a cada dia trilha por esse novo caminho revestido pelo respeito.
Da concepção de Deleuze posso me apropriar do conceito de “renovação”, destacando que esse deve ser aplicado aos processos educacionais, a fim de que haja renovação da mentes, das práticas, não atuando frente às diferenças, mas sim nas diferenças, de modo a considerar a todos, dando abertura às possibilidades da busca da originalidade de cada um por meio das discussões, pois por meio de conceitos como este é que conseguimos construir respostas para os problemas.
Minha contribuição é pequena, diante da grandeza dessa causa, minha formação e transformação são notáveis diante das trocas que esses encontros promoveram, minha satisfação é pessoal diante da compreensão de que sou, tomando das palavras de minha professora Maria Teresa, uma despretenciosa ensinante, mais segura de que posso criar, recriar, ver e rever, pensar e repensar sem temor nas incertezas, na certeza apenas de que sou uma eterna aprendente.


quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Considerações de uma experiência ainda em construção

Sempre que preciso escrever um texto me pego angustiada de início. Mas, não se assustem, é um tipo de agustia boa, se é que isso existe. A questão é que são tantas coisas a serem compartilhadas, a partir de minhas experiências, que sinto dificuldade em organizá-las. Começarei, então, por um acontecimento que me tocou profundamente, no qual me inspiro para a escrita deste texto.
Há algumas semanas atrás, a professora Mantoan compartilhou conosco uma carta na qual ela narra sua própria experiência enquanto professora. Me emocionei e solidarizei com sua fala, pois senti que não estava sozinha. Assim como ela, eu também não sabia o que fazer quando assumi minha primeira turma. Na época, e durante muito tempo, me sentia culpada e carreguei o fardo de acreditar ser uma má profissional. Lembro-me, em retrospectiva, de estar mais assustada do que as crianças. Elas conheciam a escola, estavam a vontade e sabiam como se comportar como alunas. Eu nunca havia sido professora e temia que elas sentissem as dúvidas e receios em meu olhar. Mas, para minha surpresa, as coisas foram simplesmente acontecendo e se encaixando naturalmente. Minha atuação na época, e eu só viria a descobrir isso alguns anos mais tarde, se baseava em tudo que aprendi e continuo aprendendo no Leped e com a professora Mantoan. Lembro-me de, muitas vezes, perder a hora a saída da escola por estar na roda conversando sobre a vida de cada uma das crianças. Fazia isso quando, na verdade, eu deveria estar corrigindo suas apostilas e elas em silêncio nas carteiras. Eu não conseguia acompanhar a apostila porque eu via que nada nela fazia sentido para as crianças. Elas estavam no começo do processo de alfabetização, muitas não sabiam todo o alfabeto ainda e tinham que se deparar, todo dia, com 5 apostilas diferentes lotadas de informações com um código do qual elas não tinham ideia de como decifrar. Elas não sabiam ler, mas precisavam responder por escrito as questões da apostila, pelo menos 10 por dia. Esses momentos se resumiam, basicamente, com as crianças copiando mecanicamente o que eu escrevia na lousa (e eu escrevia o que estava pronto na apostila do professor). Era doloroso e tiveram dias em que chorei para ir trabalhar. Eu não me encaixava. Mas, mesmo assim, eu procurava fazer de tudo para nadar contra a maré. Eu dava muitas aulas ao ar livre (a escola possuía uma área verde maravilhosa). Um dia, a coordenadora me pegou com a turma no jardim e eu, com 22 anos, levei uma bronca como nunca tinha levado na vida. Eu acabei saindo dessa 'escola' e fiquei muito mal. Cheguei a duvidar das minhas capacidades e acreditei não ser capaz de atuar como professora. Pronto, aqui retorna minha agonia. Eu não consigo começar mas também não consigo achar a hora de parar. Prometo que logo chegarei em minhsa considerações finais. Não digo que vou concluir o texto porque, em realidade, ainda não conclui nada. Minhas experiências continuam em aberto e, como diria Deleuze, estão em eterno devir.
Tanto, que não digo que eu estava errada ou certa em tudo naquela época, como não sei se estou certa ou errada hoje. Contudo, posso apenas afirmar a alegria e o alívio de ter encontrado em meu caminho pessoas como a professora Mantoan e os colegas do Leped. Todas as contribuições me fizeram perceber que meus instintos fazem, e sempre fizeram sentido. Hoje sei que estou no caminho certo. E, o melhor de tudo, é saber que não estou sozinha em minha caminhada.
Eu só tenho a agradecer por ter acreditado em mim.

Auto avaliação da disciplina

Olá,segue o roteiro para a auto avaliação, a ser entregue na nossa última aula. Obrigada

Universidade Estadual de Campinas – Unicamp

Programa de Pós –graduação em Educação

Disciplina – ED 190-Seminários I

Profª responsável: Maria Teresa E. Mantoan

2º semestre de 2017


AUTO-AVALIAÇÂO




Prezadx alunx

Este é um roteiro para apoiá-lx na  análise de seu aproveitamento na disciplina Escola Comum Inclusiva .

Leia com atenção os tópicos deste roteiro.

Elabore um pequeno texto. Não mais do que uma página A4.

 Seja sincerx nas sua avaliação. Este trabalho é muito importante para você e para mim, como professora responsável por esta disciplina.

Por exigência da DAC, atribua ao seu aproveitameBnto geral conceitos : A-Muito bom;
B- Bom; C-Regular e D- Insuficiente.

Ao fazer a reconstituição das aulas e das atividades a distância da disciplina, procure destacar pontos altos e pontos que deixaram a desejar na sua participação. Faça o mesmo em relação ao meu desempenho como professora.

No final do texto registre o conceito que você atribui a você na disciplina e dê  sugestões para aprimoramento das próximas edições.

Encaminhe  a auto-avaliação para o meu email : tmantoan@gmail.com
Se quiser conversar comigo a respeito do seu aproveitamento, de dúvidas que tem sobre o conteúdo da disciplina etc, antes de enviar a auto-avaliação, comunique-se  pelo mesmo email.

Vão aí algumas dicas”para proceder à auto-avaliação
 
Analise  e comente a sua: assiduidade; participação nas discussões em sala de aula e demais atividades (presenciais e virtuais) oferecidas pela disciplina; envolvimento nas atividades propostas e no cumprimento das solicitações da professora.

Comente o impacto dos recursos utilizados para explicitar o conteúdo da disciplina. E se contribuíram para o seu crescimento pessoal, acadêmico e profissional.

A disciplina possibilitou avanços no alcance de seus objetivos e expectativas ao escolher este curso para a sua formação continuada em educação?
Faça um comentário a respeito e seja bem clarx, mostrando o que a disciplina acrescentou ao que você já sabia; se dirimiu suas dúvidas, saciou sua curiosidade; abriu novos caminhos para sua prática; embaralhou suas ideias; não atendeu ao esperado... Estes são pontos muito importantes desta avaliação.

Que atividades da disciplina ( presenciais e a distância) você mais apreciou? Por quê? Podem ser consideradas como sugestões para suas aulas?

Quanto à minha disposição, como professora,  para o ensino e para o atendimento dos alunos, comente: minha relação com a turma; o percurso da disciplina para atingir os seus objetivos e este  processo de avaliação.

Você considera que esta atividade avaliativa pode ser utilizada em sua sala de aula, guardadas as especificidades das turmas para as quais você ensina?

Ofereça-me sugestões para o próximo curso:

- novos conteúdos
- indicações bibliográficas
- método
- outras atividades
- processos de ensino diferentes
- outras



_________________________________________________________
Assinatura do alunx

Local e data_____________________________________________


Obrigada por esta análise e por suas contribuições e até uma próxima vez.
Profa. Maria Teresa



Reflexão – A Base da Prática


No inicio da disciplina deste semestre, deparei perguntando a mim mesmo - o que significa ensinar? São 10 anos carregado de práticas ditas pedagógicas, algumas assertivas no olhar prévio, outras, nem tanto. Teorias filosóficas no exercício do pensamento proporcionou uma nova perspectiva na indagação, a reflexão. Uma palavra chave para pensar o que seria esse ensino e também o que estou ensinando. Um novo olhar, mesmo que arisco aos novos conceitos e teorias, foi o suficiente para provocar esta abertura, e com ela, enxergar novos horizontes, caminhos possíveis. Foi incrível poder sair das aulas na quarta feira e chegar a escola na reunião de trabalho pedagógico coletivo (ATPC) e ali poder contribuir de alguma forma, mesmo sabendo que na profissão docente novidades são sinônimos de medo do desconhecido.

Alunos inseridos em um ambiente que não acolhe. Currículo posto para atender a demanda política e numérica de classificação. Colonialismo “pedagógico”. Escola no pensamento excludente. Estes entre outros problemas que foram discutidos no Leped trouxe a oportunidade de revisitar velhos conceitos à prática contemporânea.

Conhecer o laboratório foi enriquecedor. Saber que tudo que é circunstancial, local, enfraquece e tira o direito daquele que luta pela diferença. Conhecer um pouco do AEE e saber que ele trabalha com as barreiras. Sobre a Política Nacional de Pessoa com Deficiência, fica a briga em saber que toda criança é diferente, e não ter que inserir uma criança diferente na escola.

Oportunidades de estudar e conhecer os trabalhos teóricos de autores tão importantes na educação, como Macedo (2006) e a “falsa intenção motivadora, no discurso da educação especial inclusiva” na verdade excludente. Ou sobre os “corpos humanos, animados, inanimados, institucionais, linguísticos” de Tadeu (2002). E as “visibilidades” de Deleuze (2010). Conceitos que põem em cheque aqueles que trabalham muito na sua experiência e não exercita a reflexão desses pontos teóricos importantes e alusivos à própria prática.

Pra encerrar, volto à pergunta inicial. Talvez o significado de ensinar seja refletir de forma individual e personalíssimo, o que cada um dos alunos tem a oferecer, e assim, prover um espaço para que esse conhecimento se dissipe de forma contagiante para uma boa construção de aprendizagem. Ou até mesmo, estando errado, mudar minha opinião e não achar uma resposta concreta à essa dúvida, até porque, nos construímos e descontruíamos ao longo dos anos.


Só tenho a agradecer pela oportunidade de crescimento profissional e pessoal na disciplina “Escola para Todos” através da professora querida Maria Tereza Mantoan e dos meus nobres colegas. Muito Obrigado a Todos!

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Travessia-Acontecimento

"O acontecimento não é mais uma simples mudança de enquadramento, mas a destruição do enquadramento como tal." Zizek Slavoj*



As leituras e encontros que eu experimentei ao longo deste semestre com você mexeram muito comigo. O que fez esse sentimento surgir é incomensurável e não posso transcrever em palavras, mas algumas atividades e movimentos foram importantes para meu aproveitamento e prazer: O intenso calendário de leituras, o uso desta plataforma para criar textos e ler a produção dos colegas - semanalmente ou muitas vezes ao longo da semana - os encontros no LEPED, sempre hospitaleiro, acolhedor e gostoso, nossa professora - no melhor dos sentidos da palavra - e sua sincera e amorosa generosidade intelectual, os quitutes, o cafezinho, as pessoas. Felizmente, meu trabalho fora das atividades do grupo também me ajudou muito a fazer essa travessia.

Prendedor Livre. madeira (Peroba Rosa) 2017
Senti que certas ideias, certas palavras e perspectivas iam tingindo tudo em mim. Não como um tingimento homogêneo e permanente, como algo que marca, muito mais como um banho que limpa e arrasta para longe certos pesos e sujeiras (ora muito sutis, ora nem tanto). Como algo que borrou o que era talhado em pedra.

Alguma coisa foi destruída em mim: não posso mais proferir (sem danos) certas frases que outrora jurava em sangue; não posso mais cumprir certas tarefas escolares sem ter de fingir algo para não arrebentar delicados elos institucionais. Como educador, como professor, a escola que eu fantasiava, foi esmagada. Seus alicerces foram destruídos, sem que outros fossem postos no lugar. Talvez para Deleuze esteja aí o marco de passagem do pensamento sedentário para o pensamento nômade? A babelização, não como castigo divino, mas como estratégia para que seguíssemos o caminho da diferença? Destruir para emergir outra coisa. Não uma coisa renovada e sim, algo que parta de um outro arcabouço de ideias.
Ainda não sei ao certo o preço que irei pagar por isso, mas sinto-me agradecido.

Obrigado, seja lá a quem for que eu deva agradecer. :)

Só um acontecimento pode destruir uma fantasi
a, e em algum momento - neste ano - alguma coisa aconteceu comigo.
Mas não se trata aqui de abandonar a fantasia, de renegá-la, de praguejar sua existência, mas sim de atravessá-la revelando sua fragilidade, sua inconsistência.

Como pesquisador, avancei na percepção de meu objeto de pesquisa (na percepção de sua própria fragilidade). Percebi que muito do que eu pensava até aqui também são fantasias que precisam ser encaradas como tal, atravessadas para que não emparedem o que eu posso vir a produzir para  colaborar com os que desejam mudar a educação a favor de todos.


*Referência extra:

Zizek, Slavoj. Acontecimento. ed. Zahar 2017

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Texte Final - Novos caminhos




                 A escola de hoje não cabe mais no universo dos alunos ou os alunos não cabem mais no universo da escola, são duas forças que se chocam em seus interesses e expectativas. A escola paralisada no tempo, desde a época dos jesuítas, parece não entende o novo, não consegue compreender a evolução dos seus alunos e de seus interesses. Fechada em teorias de vigiar e punir, onde decorar é a melhor forma de aprender, a escola vai se perpetuando como instituição a favor do estado na construção de um cidadão que cumpra o devido papel que a sociedade espera que ele tenha.
            Por isso se faz necessário surgir novos pensamentos que contraponham essa máquina que padroniza as pessoas, que submetem os mesmos a se enquadrarem no padrão, quantificando, valorizando e medindo conhecimentos sem significados, como se fossem verdades absolutas.
            A disciplina veio mostrar e comprovar, que existem outros caminhos pelos quais a educação pode se enveredar e ter resultados fascinantes, chegando verdadeiramente no entendimento do que é a educação e o quanto ela poderia contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária. Os textos, os autores nos levam a refletir sobre a nossa pratica e nos mostram como somos tão superficiais no entendimento de como se concebe o processo de construção do conhecimento no outro, e o quanto ainda temos enraizado em nos teoria e métodos que são apenas classificadoras.
            Uma viagem para um mundo completamente diferente do atual, onde o ser humano é peça primordial, que deve ser talhada nos mínimos detalhes, respeitando suas capacidades e seus limites, mas contudo, descobrimos que muitas vezes o aluno é o próprio talhador do seu conhecimento e nos professores somos apenas uma ferramenta para admira-lo o quanto são capazes de construir o seu próprio conhecimento com significado para a sua vida.
            Uma disciplina que apresenta um novo caminho e que diz sim que é possível fazer toda a diferença, talvez não no macro universo, mas no micro universo é inteiramente possível aplica-la, basta ser um “picareta estiloso”.