terça-feira, 26 de setembro de 2017

Por uma liberdade do pensamento

Durante toda minha trajetória na escola básica, acredito que nunca interpretei um texto sozinha. Nunca tive a oportunidade de reproduzi-lo com minhas -reais-palavras. Por mais que a atividade fosse: "Escreva com suas palavras o que o autor disse na página tal." A resposta sempre era considerada 'errada' porque 'não foi isso que o autor quis dizer'.
A resposta então era corrigida pelo professor por uma frase pronta já conhecida. Não havia conhecimento novo construído. Tudo reproduzido.
Sua interpretação está certa desde que seja igual à resposta do livro.

Poxa, triste não ter a liberdade nem de escolher qual preposição usarei numa frase ...

Trinta pessoas numa sala e todas respondendo exatamente a mesma frase, mesmo número de palavras, mesmas vírgulas, mesmo tudo. Eu ia escrever que parece que ninguém é livre para ser diferente. A triste verdade é que ninguém é livre para ser. Ponto.

Fico feliz de estar aqui. Fico feliz de em algum momento da trajetória educativa poder ser livre para escrever ser ter medo de levar nota baixa porque minha opinião é absurda. Absurdo é se achar no poder de qualificar o que o outro pensa.

Esse texto, e todos os outros, sempre me fazem pensar na beleza em ser livre para ser.

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