segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Deleuze, educação e conceitos

 “O conceito é um dispositivo que faz pensar, que permite, de novo, pensar. O que significa dizer que o conceito não indica, não aponta uma suposta verdade, o que paralisaria o pensamento; ao contrário, o conceito é justamente aquilo que nos põe a pensar.”(2003)
Diariamente deparamo-nos nas escolas com muitos problemas que nos mobilizam como educadores e nos levam a pensar e agir sobre tais problemas, talvez essa seja a importância em aproximarmos a filosofia de Deleuze da educação, pois ela nos leva a reflexões e a criação de conceitos que podem nos auxiliar a enfrentar os problemas educacionais...

... muitas vezes nos sentimos “engaiolados” desaprendendo a arte de voar como disse Rubem Alves, mas há um novo convite em Deleuze para se pensar a educação, onde os conceitos poderão ser tomados como  pássaros que sobrevoarão o vivido...


domingo, 29 de outubro de 2017

História Construtivista para Mudança de Paradigmas

Lendo a obra de Silvio Gallo, fui tocado pela biografia de Gilles Deleuze, principalmente sobre suas viagens e comportamento diante das raras palestras: “O que sei, eu o sei apenas para as necessidades de um trabalho atual, e se volto ao tema vários anos depois, preciso reaprender tudo” (p. 17) – Me vejo dentro dessa ideia. Considero fundamental o aprender ensinando, no meu caso, revisitando os mesmo conteúdos todos os anos.
Conhecer esta biografia e as obras que estudamos foi possível pela abertura e oportunidade dada pela Profª Dra. Maria Teresa. Poderia dizer, sem demagogia, que as aulas têm proporcionado um contato semanal com colegas preciosos, além, uma construção ambígua de ideias que convergem na estruturação do exercício do pensamento, que pode ser parecida, no futuro, a de Michel Foucault e Gilles Deleuze - “A amizade com Foucault começa por uma afinidade filosófica: o interesse por Nietzsche; os dois seriam os responsáveis pela edição crítica das obras completas do filósofo alemão em francês, entre 1966 e 1967. Essa amizade filosófica manifesta-se numa série de artigos: Foucault comenta Deleuze; Deleuze comenta Foucault” (p. 19).

                Essa associação de ideias leva a uma nova filosofia. Poder falar, pensar, discutir, escrever de forma inteligente seus ideais e pensamentos, promove não só o crescimento pessoal mas a diversidade intelectual argumentativa dos companheiros de jornada. Isso trouxe para a filosofia contemporânea, outra realidade da época. Esta traça caminhos a partir  de Nietzsche, como Deleuze, Foucault, Lyotard, Derrida. Para esses, a filosofia era produzida a partir da história dela, sem um destino exclusivo “ponto de chegada”: A história da filosofia deve não redizer o que disse um filósofo, mas dizer o que ele necessariamente subentendia, o que ele não dizia e que, no entanto, está presente naquilo que diz (p. 29).

Texto para a próxima aula

Carxs alunxs,

Peço desculpas por não ter indicado o texto para a próxima aula.
 Estava viajando .

 O texto é o livro do Professor Sílvio Gallo - Deleuze e a Educação
pgs 9-62 - Da Introdução até Deleuze e a Filosofia.

Boa leitura e até breve.


sábado, 28 de outubro de 2017

Leitura

Boa tarde, amigos!

Será que vocês podem informar quais as leituras para a próxima semana. Obrigada e bom final de semana para vocês.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Mais importante o "Ser" do que o "Ter"

Nosso sistema escolar está muito mais concentrado na imposição de conteúdos e disciplinas, sem olhar para o sujeito aprendiz. Quero compartilhar com os colegas da disciplina este documentário chamado Ser e Ter. Mostra muitas situações que a gente vêm discutindo nas aulas. O documentário SER E TER, conta a historia de um professor chamado Georges Lopes. Georges trabalha em uma escola que fica localizada em uma pequena cidade rural no centro da França,nos anos 90, la ele leciona sozinho pois tem apenas uma sala de aula,mas se dedica muito aos seus alunos. A intenção do professor nesse vídeo é que as crianças não aprendam apenas as disciplinas, mas principalmente a cortesia e valores (Carolina Machado da Costa, 2013).

Ser e Ter

Conceito de diferença

Diferença é a qualidade que permite que algo se distinga de outra coisa. O termo, que deriva do latim differentia, pode ser usado para mencionar a variedade de coisas de uma mesma espécie.


Diferença: Nem diálogo, nem tradução.

O professor-artista não busca o diálogo. Ao menos não o diálogo visto como o processo de interação que visa chegar a um consenso. Bem o contrário disso, porque muitas vezes o professor-artista busca a dissonância para fazer surgir dela algo novo para os seus olhos. Ele procura o entre-lugar onde ainda não há significados, "apenas hieroglifos" (Deleuze). Evita o diálogo envolto em relações de poder: O poder da pergunta, o poder da argumentação, o poder de quem fala sobre aquele que ouve.
O professor-artista também não se dá a traduções. Porque não há palavras comuns, porque não há transmissão possível do que ele vive e sente em seu trabalho.
Este professor-artista a que me refiro é o instrumento que inventei em minha tentativa de compreender a diferença tanto em meu ateliê, quanto nas salas de aula que frequento. Minha dança com os textos a mim oferecidos (as vezes dança, as vezes luta). Minha dança comigo-artista e comigo-professor.

Quando o professor-artista expõe seu trabalho, expõe a si mesmo. Sem tradução, sem diálogo. É quem vê o trabalho do professor-artista quem gera em si os significados, as fantasias, os entendimentos, as perguntas, os sentimentos que ocasionalmente podem (ou não) emergir daquele encontro.

Para usar os termos de Bhabha (em Macedo), tanto o professor quanto o artista lidam o tempo todo com as tensões entre a temporalidade continuista, institucional, pedagógica, ligada a história e a significados fixos fundados em relações estanques de poder (o forte x o fraco, a maioria x a minoria, o normal x o diferente) e a temporalidade performática, marginal, fronteiriça, criadora, ligada ao mundo real, ao momento-agora, desligada da rigidez da história.

Nesse regime tenso de trabalho, o professor-artista precisa construir sua própria máquina.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

O mundo da diversidade

A leitura do texto me recordou uma bela música de Lenine, cujo nome é “Diversidade”, a qual vou compartilhar com vocês.
Mas, penso que se existem diferenças é porque temos que aprender a viver com elas, infelizmente vemos que não há respeito a elas.
É mais fácil manter propostas conservadoras de controle social do que propor novos caminhos que trilhem uma abertura às diferentes culturas e currículos que contemplem a diversidade.


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

a identidade nacional de uma região de imigrantes

Por coincidência, esbarrei esta semana em uma vídeo-coluna do Pepe Mujica discutindo a questão dos imigrantes na Europa hoje. Não consigo pensar em melhor comentário ao texto que lemos do que as falas iniciais dele.

https://www.facebook.com/dw.brasil/videos/10155195095403520/

Uma questão que me ficou foi: se não existe em nosso léxico corrente o termo euro-brasileiros, como pode haver afro-brasileiros? Que processo de diferenciação é esse que vê no filho de Europeus o brasileiro nato, 'inda mais numa terra como a nossa?

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Leitura para 25/10

Para a próxima semana, 25/10, além de continuarmos as reflexões dos textos da última aula, a leitura indicada é:

MACEDO, E. Por uma política da diferença

Abraços!

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O registro!


E assim são os nossos encontros!

"De perto ninguém é normal"

As tentativas de normalização da escola estão com os dias contados. Quem nos diz isso são as crianças, são os professores, são os seus gestores.
O enfadonho, o sem sentido, o sem graça, as irreais representações escolares são decadentes há séculos. Os esforços para o treino de "mentes sãs e corpos sãos" vazam por rachaduras abertas pelo tempo, pelas tecnologias, pelo fracasso das ideologias e seus métodos e são postos a luz do dia no rosto, no corpo e nas palavras da criança em seu devir na escola. "Qual foi a melhor parte do dia, hoje, filho?". "Foi o recreio, pai." "O que aconteceu de legal, hoje, filho?" "Nada, pai."
Porque a criança traz estas palavras frias em seu regresso do período escolar? Porque ela não manifesta o que certamente aconteceu de divertido, prazeroso e produtivo em seu dia?
A escola mostra um mundo à criança. Faz com que ela tenha uma certa experiência de si ao alinhá-la em carteiras, ao medir seu tempo e seu desempenho; impõe significados forjados em reuniões pedagógicas que nada tem a ver com a vida e o ser da criança. Mas ela foge. Sempre que possível, a criança foge. Seja na hora do recreio, na careta diante da foto (:)), seja na breve ausência do professor, a criança encontra o seu meio de Ser ali.
A curiosidade, a tenacidade de ver e agir o mundo segundo suas próprias regras não é facilmente soterrada. É preciso força, exercício de poder e constante manutenção do encarceramento do corpo e da mente.
Este modelo vai se desmilinguindo diante de todos nós. Mas porque não reagimos? Porque resistimos no desconfortável papel para o qual fomos designados (professores)?
Esquemas hierárquicos, benesses sociais e financeiras, acomodações sedentárias de todo tipo têm sido cultivadas na cultura escolar. Entretanto, outros tempos se avizinham?
A urgência por soluções ambientais (naturais, sociais e mentais - Guattari) clama por pessoas e profissionais criativos, cujo pensar-artista se abre a campos lisos - não estriados ou demarcados por normalizações (Deleuze).
O pensamento nômade (Deleuze) na escola, aponta para um modo de vida em que se liberta a criança para que ela viva sem amarras e mordaças, aprendendo para que seja o que há de ser e, com o contentamento que este estado cria, volte feliz para casa, e sonhe e deseje e quem sabe habite um mundo melhor num breve futuro.

(texto criado a partir da leitura de "A captura da diferença nos espaços escolares" Guillermo Ríos)

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Tem um buraco no muro da Paulo Freire
Abertura existe há tempos e expõe comunidade escolar a riscos no loteamento MarianiFoto: Marcio Schenatto, Divulgação



Tem um buraco enorme no muro da Escola Municipal Paulo Freire, no loteamento Mariani, zona oeste de Caxias do Sul.
Moradores contam que há tempos o buraco está ali, por onde qualquer um que quiser pode entrar na escola.
A Escola Paulo Freire conta com guarda municipal para fazer a segurança. Mas não é bom para os alunos, nem para suas famílias, nem para os professores que exista um buraco que pode ser usado tanto para sair mais cedo da aula como para a entrada de mal-intencionados, ou desocupados, ou ainda quem queira passar coisa pior para os alunos.

 Fazendo uma analogia “muro branco – buracos negros” e “buraco no muro da escola”, seria uma “linha de fuga” a esse olhar dominante da escola? 

Currículo pessoal

Na interpretação de Tadeu, 2002, ficam visíveis os conceitos práticos harmonizados num acorde e/ou partitura sobre a canção de toda uma vida e não apenas da pedagogia.
Cada nota como componente, pode entoar bons ou maus sons, deixando claro que este é no sentido de potência de agir (TADEU, 2002, p. 54).
É possível também ver a relação do currículo já posto, governamental versus aquele proposto pelos “corpos” humanos, animados, inanimados, institucionais, linguísticos (TADEU, 2002, p. 55). E que o mais importante de tudo o que está na escola para o sujeito, é o que se passa por eles, entre eles (Idem, p.56). 

Se tudo o que se apresenta na escola é currículo, faz-se um paralelo com a questão das visibilidades: “.... pensar é, primeiramente, ver e falar, mas com a condição de que o olho não permaneça nas coisas e se eleve até as visibilidades, e de que a linguagem não fiquem nas palavras ou frases e se eleve até os enunciados” (DELEUZE, 2010, p. 123).  

terça-feira, 17 de outubro de 2017

As mulheres de Picasso





"Na primeira dessas linhas, ficaremos atentos às "relações de movimento e de repouso, de lentidão e de velocidade" (Deleuze, 2002, p. 128) entre as partes de que se compõe um corpo e entre os diferentes corpos... Na outra linha, queremos saber que efeitos um corpo tem sobre outro. Quando dois corpos se encontram, de que forma um afecta o outro? Ao encontrar-se com outro, um corpo tem sua capacidade de agir em oposição a sofrer passivamente uma ação exterior - aumentada ou diminuída? A potência de agir."

mulheres de Picasso.
Uma pedagogia do conceito, como propõe Tomaz Tadeu, seria "refratária à identificação e ao reconhecimento". O que se está ensinando e o que se está vivendo não têm mais distinção. Não há começo ou fim, não se presta a algo claramente definível. O encontro e a composição do espaço tempo de aprendizagem não admite teoria - se entendida como uma extensão da realidade, como algo que não é a realidade e que pretende explicá-la. 
Esta pedagogia do conceito "põe o currículo para dançar", como Picasso faz com nosso olhar, nossas certezas e nossos signos.






segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Redescobrir!



Ao ler os textos lembrei - me de um filme que assisti que conta a história de Ben Carson, Menino pobre, negro, filho de mãe separada e analfabeta, Ben era um aluno com baixíssimo rendimento, que sofria preconceito por parte de seus colegas e que se achava completamente incapaz de ser e conseguir algo na vida, entretanto, sua mãe, maior incentivadora do futuro neurocirurgião, faz de tudo para que ele acredite em seu potencial e é quando ela se depara com a biblioteca de seu patrão, que percebe o que poderia ajudá-lo a mudar seu futuro.

Assim, o menino é obrigado pela mãe a ir para biblioteca ler dois livros por semana, o que o faz descobrir a Literatura, pois a partir daí ele passa a ser um leitor assíduo dos livros. Logo o desenvolvimento de Ben melhora significativamente na escola seguindo para sua entrada em Yale, uma universidade de prestígio nos EUA até ele chegar ao Hospital Antony Hopkins, onde ele passa, anos mais tarde, a ser considerado um dos melhores neurocirurgiões do mundo.

Sua mãe, faz com que Bem transforme seu futuro e sua imagem sobre si mesmo, fazendo com que aquele menino que se achava “burro” e incapaz, se transformasse em um neurocirurgião reconhecido por seus trabalhos pioneiros.

Esse filme nos mostra o que o texto nos traz: “ A instituição escolar, enquanto máquina sedentária, racionaliza e codifica de acordo com um modo de pensar dominante. Isso significa que ela elabora um modelo global e homogeneizador do social, que se institui com a onipotência do logos, exorcizando tudo aquilo que atrapalha, incomoda, ou seja, um cosmos que tenta ser coerente, organizado, homogêneo, incômodo, em certo sentido diluidor dessa única maneira de ser que implica estar subordinado a uma ordem.”

Ainda dá tempo de muitas crianças se redescobrirem, com incentivo, acreditando na sua própria capacidade, basta não se corromper ao sedentarismo e buscar novos caminhos, novas soluções, um novo saber e acreditar sempre.

Quem você é como aluno

As leituras dessa semana me fizeram lembrar de um poeminha que escrevi há alguns anos, durante minha graduação em pedagogia. Trata-se do relato de um episódio real. Compartilho com vocês

Aluno
Outro dia me fizeram uma pergunta muito atrevida:
Quem é você como aluno?

Respondi da melhor forma que pude:
Daniel Nascimento, registro acadêmico: 822.

Ah(!) se tivessem me perguntado quem eu era como pessoa
com interesses e vontades de saber...


terça-feira, 10 de outubro de 2017

Trabalho do livro MARINHO. Filosofia e Educação no Brasil da identidade á diferença

Olá pessoal!!

O trabalho do livro da Cristiane Marinho- Filosofia e Educação no Brasil da identidade á diferença, ficou dividido da seguinte maneira:

Grupo 1
Apresentação dia 18/10
Capítulo 1 - Da identidade à diferença: trajetória das matrizes filosóficas na educação brasileira.
Integrantes: Jéssica, Kate, Laura e Moiséis

Grupo 2
Apresentação dia 01/11
Capítulo 2 - A filosofia da identidade na filosofia da educação no Brasil.
Integrantes: Ana Lúcia, Uilson, Meire e Alexandre

Grupo 3
Apresentação 22/11
Capítulo 3 - Filosofia da diferença deleuziana na filosofia da educação no Brasil ou para uma (não) teoria da quebradura da vara.
Integrantes: Seizo, Juliana, José Eduardo e Daniel

(Re)Pensar e (Trans)Formar como estratégia

Deleuze nos convida a refletir a partir das contribuições dadas por Foucault. Pensamentos, enunciados, poderes, saberes, sujetivação, ética, entre outros, são conceitos abordados por Foucault e dialogados com Deleuze nesse capítulo que nos remetem e incitam questionamentos, incertezas e mobilizam a novas formas e propostas de ações e posicionamentos.
“Será que somos capazes  e temos maneiras de nos constituirmos como si?”
“Quais são nossos modos de existência, nossas possibilidades de vida ou nossos processos de subjetivação?”
Tais questionamentos nos levam a pensar a escola como uma instituição vista a partir de uma perspectiva que formata, que produz subjetividade, ou seja, determina modos de existência, e que talvez  possa ser repensada e transformada a partir de uma perspectiva artística em que é possível e PERMITIDO se desenvolver um estilo, como um escritor, um pintor, um escultor, um fotógrafo...  (um professor... ?)
Essa estratégia surgiria como uma “invenção de uma nova possibilidade de vida, de um modo de existência” em que escola poderia contribuir para promover nas pessoas que por ela transitam meios de transformarem suas vidas em obra de arte, a não se adaptar, a esculpirem sua própria subjetividade, a dessubjetivar.




segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Arte de se (re) inventar

Para Foucault, a liberdade não é uma possibilidade ética entre outras "A ética é a forma deliberada que toma a liberdade". Não procede de uma república racional de sujeitos autônomos, mas procede de um questionamento incessante dos fatos históricos da identidade. Foucault queria fazer uma história, não só do que é verdadeiro ou falso, mas do que pode sê-lo, não do que se tem de fazer, mas do que se pode fazer; não das maneiras de viver, mas das possibilidades de vida. Na perspectiva das possibilidades históricas do saber, da ação e da identidade subjetiva, o saber se delimita, segundo Foucault, pela ciência, o poder pela política e a ética pela moral; e nesta perspectiva das relações entre os saberes, os poderes e os modos de ser nunca estão dados, mas sempre teremos que buscá-los, nunca são essenciais ou necessários, mas sempre são sempre históricos e transformáveis.
Não se trata, no entanto, de pensar em transformar a docência em uma obra prima, no sentido das Belas-Artes. Ao contrário, parte-se da ideia de arte trazida por Nietzsche, Deleuze e Foucault, ou seja, uma “arte que se assume como esboço, como rascunho contínuo, como busca de estilo, como experimentação, como resultado árduo e quase infinito do artista sobre si” uma arte que seja motriz de uma docência que, ao mesmo tempo em que se exerce, se experimenta, se (re)inventa e, fundamentalmente, se vê num plano de construção ética, estética – e, mais do que pedagógico, político –, atuando na diferença, sem pretender acabar com ela, mas problematizando o consenso e as ideias prontas por meio de devires, gestos e inscrições no mundo feitas de potência. Em suma, essa arte em questão possibilitaria o exercício de outras relações de poder no interior da aula mantendo, principalmente, uma atitude crítica de si e do outro – da relação pedagógica –, a fim de experimentar em si e com os outros diferentes modos de ser.


domingo, 8 de outubro de 2017

Poesia e arte como obra de vida!



Após fazer a leitura do texto “A Vida como Obra de Arte”, estava vendo vídeos e comentários sobre o texto e abri um blog (http://estudosculturaisemeducacao.blogspot.com.br/2011/06/vida-como-obra-de-arte.html), e ao ler achei muito interessante a analogia que o autor “Jorge Bichuetti” fez do texto, por isso, quis compartilhar com vocês.






A VIDA COMO OBRA DE ARTE (Jorge Bichuetti)


O mundo e a vida andam cinzentos. Nublados... Fragmentados, passivos, racionais, seguimos... O vida tornou-se um pesado e exaustivo fardo... Robotizados, perdemos carisma, charme e alegria no viver e no existir...


A subjetividade capitalística extraiu a magia da existência... Somos homens em série e assépticos. Nesse contexto, Gandhi revoluciona, dizendo que "o segredo da arte de viver é transformar a vida numa obra de arte."


Viver, poeticamente...


Viver, performaticamente...


Viver devindo-se, no andar, no gesticular , no olhar, uma estrela bailarina...


Nietzsche afirma categórico que não vencemos nossos demônios íntimos senão com o riso, a dança e a música.


Santo Agostinho chega a afirmar que o céu não merece os que não sabem dançar...


A arte é mais do que distração, entreterimento, ilusão... É vida insurgente, virtualidade que se atualizada transforma o ser humano e o socius.


Ela nos abre os portais do devir e do porvir... Vide as lições do surrealismo.


Por exemplo, a poesia...


A poesia desnuda as tramas do ontem, as potências do hoje e é um clarão e clareira no espaço do porvir que nela germina e alvorece no entre a profecia e a gravidez...


A poesia desnuda


profetiza


engravida


é germinação


florescência


devir...


Ela é alucinógena, amplifica a consciência e percute o inconsciente produtivo que denuncia as devastações sociais do agora e anuncia uma nova suavidade, a justiça social e a sociabilidade solidária.


Era a cachaça de Drummond...


O ser humano é ser capaz de se fazer, desfazer-se e refazer-se.


Podemos ousar viver artisticamente.


Não se trata de produzir arte ou se enamorar das artes; trata-se de agir, pensar, vincular-se, intervir, amar, con-viver, transformando nossa própria vida numa obra de arte.


Deixar a arte penetrar e inundar a nossa pele.


Dizer palavras de amor na melodia suave de Schumann; narrar nossa dor e lamento no compasso de um jazz; guerrear no ritmo dos tambores africanos; enamorar-se na ternura de Cartola...


Viver artisticamente...


Desfazer o cinzento e colorir nossos passos no caminho: com a vivacidade da aurora que está em Yara Tupinambá, Di, Tarsila de Amaral...


Podemos mudar e nos refazer...




E refazer-se como arte é bailar no cotidiano, voar na luta e devir-se suavidade, vitalidade, poesia e dança, uma pintura visceral... Um parir-se na arte-manha do existir inventivo e inovador, poético e belo...






quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Livro para aula do dia 11/10

Olá pessoal para nosso próximo encontro o livro será:

DELEUZE, G.. Conversações - 1972-1990. Trad. Peter Pál Pelbart. São Paulo: Ed. 34, 1992.

Capítulo: A vida como obra de arte. 

terça-feira, 3 de outubro de 2017

É preciso reagir

Guattari nos leva a refletir sobre a problemática do desenvolvimento técnico-científico e suas implicações nos modos de vida da sociedade. Põe em questão a vida doméstica destacando como “sendo gangrenada pelo consumo da mídia”, apresenta uma atitude crítica com relação à psicanálise no sentido da necessidade de libertação de estereótipos que induzem a rotulações e ações repetitivas. Acusa com propriedade o capitalismo “a descentrar seus focos de poder das estruturas de produção de bens e de serviços para as estruturas produtoras de signos, de sintaxe e de subjetividade, por intermédio, especialmente, do controle que exerce sobre a mídia, a publicidade, as sondagens etc” levando-nos a aceitar e ver o mundo a partir de padrões estabelecidos sem questionamentos. O autor aponta para a ecosofia, ou seja, uma articulação ético-política como proposta para  repensar nossa concepção histórica sobre o ser humano em suas relações consigo mesmo, com a sociedade e com o meio ambiente. Mas...
"para onde quer que nos voltemos, reencontramos esse mesmo paradoxo lancinante: de um lado, o desenvolvimento contínuo de novos meios técnico-científicos potencialmente capazes de resolver as problemáticas ecológicas dominantes e determinar o reequilíbrio das atividades socialmente úteis sobre a superfície do planeta; de outro lado, a incapacidade das forças sociais organizadas e das formações subjetivas constituídas de se apropriar desses meios para torná-los operativos" (2012, p. 12).

É preciso encarar que o sistema capitalista induz as pessoas a aceitarem os avanços técnicos e científicos e toda a “evolução” social sem duvidar ou problematizar quando na verdade tais processos caminham na contramão da sustentabilidade. É preciso mesmo uma "catálise" segundo Guattari na "retomada de confiança da humanidade em si mesma"...

Renascimento!


Ao ler as Três Ecologias temos a oportunidade de fazer uma reflexão sobre tudo o que está acontecendo no mundo de uma maneira geral, mas ao mesmo tempo nos faz enxergar o quanto estamos expostos ao capitalismo exagerado, ao consumismo desenfreado e ao distanciamento das nossas famílias. Durante a leitura me recordei de um documentário que assisti já algum tempo e que vou compartilhar com vocês, o qual me fez recordar vários trechos do texto e o quanto é necessário repensarmos em toda situação que estamos vivendo.

Evolução ou Involução







Ao ler o livro muitas coisas me vieram a cabeça, ao mesmo tempo que o homem evolui em uma tecnologia de ponta, ele retrocede como ser social, ou seja, vai desestabilizando todas suas relações afetivas que foram construídas no coletivo e cede lugar ao individualismo. Nesta busca sempre por mais, por mais avanços, por mais conquistas, por mais tecnologias, o homem deixou de cuidar de sí e do seu habitat, devastando tudo sem se preocupar com os males que isso poderia causar. Guattari levanta essas questões mostrando a falência do homem nos três registros ecológicos que ele chama de “ecosofia”, que é composto pelo meio ambiente, o das relações sociais e o da subjetividade humana.  

 “Tanto quanto algas mutantes e monstruosas invadem as águas de Veneza, as telas de televisão estão saturadas de uma população de imagens e de enunciados degenerados”. Isso me fez lembrar de uma música chamada “televisão” que foi feita no ano de 1985 pelo grupo de rock Titãs.  


humanidade fora de foco

Selecionei essas duas imagens pois acho que elas transmitem bem o que Guattari nos mostra em 
"As três ecologias".




A primeira nos mostra a sociedade pós capitalismo industrial. O controle da matéria, do tempo, do corpo, da mente. Foco no trabalho maquinário, revolução informática, forças produtivas. A morte e afundamento da subjetividade coletiva. Adeus humanidade.

A segunda, de acordo com minha interpretação, uma solução para a "crise ecológica". Uma revolução política, social e cultural reorientando os objetivos da produção de bens materiais e imateriais. Como diz Guattari, precisamos tomar cuidado com intervenções a esteriótipos que tornam impermeáveis à alteridade singular de cada um.
 "Da mesma maneira, cada instituição de atendimento médico, assistência, de educação, cada tratamento individual deveria ter como preocupação permanente fazer evoluir sua prática tanto quanto suas bases teóricas" (pág 22).

O Excesso de tecnologia e a subjetividade

No texto “As Três Ecologias", Guattari questiona que a degradação do meio ambiente e as doenças incuráveis que ameaçam a vida no Planeta Terra e paralelamente ao desenvolvimento técnico-científico que cada vez mais substitui o homem.
A Revolução Industrial tornou as organizações maiores e mais complexas, trazendo consigo avanço tecnológico e uma visão focada para a lucratividade e produtividade, onde homens já não identificam-se com o produto de seu trabalho. Cada vez mais percebemos em nossos lares e local de trabalho, as amarras da tecnologia bitolando fortemente o ser humano, individualizando-o, dificultando seu contato e relacionamento com os demais, mutilando indiretamente a criatividade, a imaginação, a percepção e a espontaneidade. Uma grande parte de nossas vidas é gasta nos domínios da conformidade; estamos sujeitos à considerável manipulação e ajustamento, e é bem possível que muitas das escolhas que nos estão abertas, são mais aparentes do que reais. O homem vai deixando de lado sua capacidade criadora para tornar-se a “engrenagem de uma máquina”. A experiência do homem urbano, “metropolizado”, funde-se com a tecnologia moderna. Mudanças na estrutura urbana, na arquitetura, nos meios de comunicação e no transporte de uma sociedade midiática correspondem à nova estrutura da vida. Parece que o ritmo das máquinas impõe um novo ritmo e um novo tempo para o ser humano.
Dessa maneira, é preciso pensar de modo coerente frente a essas mudanças no Planeta, buscar meios para que homem/natureza vivam em harmonia e equilíbrio. Nesse sentido, há relação do subjetivismo com sua exterioridade, corpo e mente na luta em busca de soluções.

Tiros em Las Vegas (E o vazio da subjetividade)

O pensamento ecológico é o germe para o surgimento do pensamento Ecosófico (Guatari) que considera as ecologias social e mental, além da ambiental. Da mesma maneira com que algas monstruosas se proliferam em águas doentes, as máquinas de signos inundam as telas de imagens e enunciados ‘degenerados’, achatando os sentidos, normalizando e laminando a subjetividade.
O capitalismo pós industrial trata de “descentrar seus focos de poder das estruturas de produção de bens e de serviços para as estruturas produtoras de signos, de sintaxe e de subjetividade, por intermédio, especialmente, do controle que exerce sobre a mídia, a publicidade, as sondagens...”
Assim, quando a informação toma o lugar da sensação, quando o excesso e a superficialidade passam a ser o modo de existir, há a degradação da experiência, entendida aqui como aquilo que nos passa de profundo e potente de transformação, aquilo que é ao mesmo tempo material e instrumento da liberação da subjetividade.
Degrada-se então a ecologia mental, matando a subjetividade por asfixia, como um peixe em águas contaminadas. Como nos diz o autor, “a época contemporânea, exacerbando a produção de bens materiais e imateriais em detrimento da consistência de Territórios existenciais individuais e de grupo, engendrou um imenso vazio na subjetividade que tende a se tornar cada vez mais absurda e sem recursos.”
Guatari aponta em sua ecosofia, as trincas por onde se infiltra a possível mudança: 1. O fim dos maniqueísmos; 2. O desenvolvimento das tecnologias e seu potencial uso não capitalístico; 3. A crescente produção de subjetividade "criacionista", individual e coletiva.
Sua ecosofia aponta ainda para a necessidade de “uma imensa reconstrução das engrenagens sociais” sobre os destroços do capitalismo pós industrial, reconstrução que “passa menos por reformas de cúpula, leis, decretos, programas burocráticos do que pela promoção de práticas inovadoras, pela disseminação de experiências alternativas, centradas no respeito à singularidade e no trabalho permanente de produção de subjetividade, que vai adquirindo autonomia e ao mesmo tempo se articulando ao resto da sociedade.”
Apesar das frestas, o autor não descarta um futuro de barbárie: As metralhadoras na janela do hotel não fazem sentido, não têm um significado. “Parecia um filme” relatou uma vítima. Das telas de Hollywood para o show de rua, uma desterritorialização da guerra “por demais brutal que destrói o Agenciamento de subjetivação” (p28).



A importância de estudar um caso



Com tais cartografias deveria suceder como na pintura ou na literatura, domínios no seio dos quais cada desempenho concreto tem a vocação de evoluir, inovar, inaugurar aberturas prospectivas, sem que seus autores possam se fazer valer de fundamentos teóricos assegurados pela autoridade de um grupo, de uma escola, de um conservatório ou de uma academia ... Work in progress! Fim dos catecismos psicanalíticos, comportamentalistas ou sistemistas. O povo "psi", para convergir nessa perspectiva com o mundo da arte, se vê intimado a se desfazer de seus aventais brancos, a começar por aqueles invisíveis que carrega na cabeça, em sua linguagem e em suas maneiras de ser.

Esta passagem me levou a uma boa reflexão sobre o trabalho que desenvolvo, numa ONG que apoia a inclusão de pessoas com deficiência intelectual. Sem usar estas palavras, vejo que o trabalho que faço lá é exatamente neste sentido: o de remover aventais brancos dos profissionais e suas cabeças.

Compartilho um exemplo. Certa vez convidei a fonoaudióloga a parar de utilizar o termo  "fonemas" para descrever suas ações ou avaliações. Ora, "fonemas" é algo que faz sentido à pessoa em atendimento, sua família, sua escola, sua empresa? Ou é mais uma palavra poderosa, acadêmica, repetida, que afasta meu olhar de um sujeito real, encarnado e mutável, que vive em contextos igualmente reais e mutáveis? Afinal, o que nos importa no dia-a-dia são as palavras que falamos, o sentido que carregam, e o uso que fazemos delas, ou os tais dos fonemas?

Antes de enviar esta postagem, perguntei a esta mesmo fono, agora passados alguns meses desde esta nossa conversa, quais impressões ela carregava da proposta. Alegremente, e com anuência dela, compartilho o que ela disse:
A forma como a criança se faz entender, a sua comunicação ou fala propriamente dita criança É o foco para se olhar e não o fonema... Falar partindo dessa visão, foi compartilhar um olhar que não é da fono, mas um olhar que é claro para qualquer pessoa compreender... A criança não é só um fonema. A criança é toda sua capacidade de comunicar-se com o mundo a sua maneira.

domingo, 1 de outubro de 2017

A crise da evolução

O autor Guttari nos alerta para a real compreensão de evolução social. Será que o desenvolvimento tecnológico relacionado à complexidade das máquinas e dispositivos modernos são mesmos exemplos de avanço para a humanidade? Será que o processo de estimulação do que autor chama de "Capitalismo Mundial Integrado" (CMI) é sinônimo de progresso. O questionamento do autor se apoia no fato do paradoxo entre o estímulo ao consumo para manter o sistema funcionando, sem se preocupar com os caminhos de deterioração ambiental do planeta e as ações do estado que percebem somente a degradação por meio da atividade industrial. O autor coloca uma lente de aumento e mostra que a vida social também se deteriorado lentamente. "As redes de parentesco são reduzidas a cada dia, a vida doméstica é suplantada pelo consumo da mídia, a convivência dos casais e das famílias vive uma espécie de padronização de comportamentos e as relações entre os vizinhos não tem expressão". Tal afirmação mostra como estamos virando seres sem autonomia e passíveis de manipulação por diversos caminhos, inclusive os praticados pela imposição midiática. Sendo assim, aquilo que é vendido como um avanço tecnológico, é, na verdade, um caminho inverso para a sua sustentabilidade e sempre da mesma forma mantendo o consumo desenfreado e os "clientes" sempre a postos para o sacrifício da aquisição do mesmo.

Necessidade da Reconstrução das Relações Humanas.


O autor inicia sua crítica em relação aos veículos de comunicação e rede social:

O antigo igualitarismo de fachada do mundo comunista dá lugar, assim, ao serialismo de mídia (mesmo ideal de status, mesmas modas, mesmo rock etc.)” p.11

Segue representando os jovens no mundo moderno com respeito à dominância e poder principalmente no quesito econômico, mas que isto não é capaz de prende a singularidade de cada um. Permitindo e é claro, existir na mesma sociedade que oprimi, criando para si uma falsa identidade como válvula de escape.

“A juventude, embora esmagada nas relações econômicas dominantes que lhe conferem um lugar cada vez mais precário, e mentalmente manipulada pela produção de subjetividade coletiva da mídia, nem por isso deixa de desenvolver suas próprias distâncias de singularização com relação à subjetividade normalizada. A esse respeito, o caráter transnacional da cultura rock é absolutamente significativo: ela desempenha o papel de uma espécie de culto iniciático que confere uma pseudoidentidade cultural a massas consideráveis de jovens, perrnitindo-lhes constituir um mínimo de Territórios existenciais.” (p.14)

Critica ainda Descartes que diz: “basta pensar para ser” – segundo Guattari, o ser é alguém antes mesmo da consciência, mas não descarta a necessidade do pensamento para ser livre e existir, sem nenhuma barreira. (p. 17)

Sobre a égide da ECOSOFIA, temos: A Ecologia Social, Mental e Ambiental (p. 23).

O autor exemplifica sua fala com dois tipos de aquários. O primeiro com água poluída, sem condições aparente de vida, mas com um tipo de polvo que vivia por ali e no segundo, água pura, sem poluentes. Guattari segue dizendo que quando coloca-se um ser vivo dentro da água suja, este enrugar-se e morre. (p. 25)

Parece estar comparando as teorias filosóficas e sociológicas da atualidade. Por analogia, espelha-se a um exemplo que ensino em Biologia sobre os anfíbios e o sua necessidade da temperatura ambiente para manter a sua corpórea, principalmente em águas dulcícolas. Por exemplo: se colocarmos um sapo em um balde metálico com água em fervura, este morrerá após desesperadamente após tentar por sua vida, agora, se colocarmos este animal em água fria, e paulatinamente for esquentando está água, mesmo que ela abra fervura, o anfíbio morrerá sem perceber o que lhe aconteceu – alta dependência da temperatura do meio que o cerca, animais ectotérmicos.



Assim, penso que exista uma necessidade tendenciosa desses referenciais sociológicos mas que este deva ser ponderado gradualmente para que suas próprias concepções não criem armadilhas metais e psíquicas ao ponto de não poder ou conseguir recorrer ao antigo porto seguro.


Quando cita a Ecologia Social, exemplifica autoridades que manipulam a sociedade atrás de interesse financeiro. O final desta distorção, seria o “desaparecimento das palavras, das frases, dos gestos de solidariedade humana” (p.27). Daí a necessidade da reconstrução das relações humanas  em todos os níveis, do socius. (p.33).