terça-feira, 3 de outubro de 2017

É preciso reagir

Guattari nos leva a refletir sobre a problemática do desenvolvimento técnico-científico e suas implicações nos modos de vida da sociedade. Põe em questão a vida doméstica destacando como “sendo gangrenada pelo consumo da mídia”, apresenta uma atitude crítica com relação à psicanálise no sentido da necessidade de libertação de estereótipos que induzem a rotulações e ações repetitivas. Acusa com propriedade o capitalismo “a descentrar seus focos de poder das estruturas de produção de bens e de serviços para as estruturas produtoras de signos, de sintaxe e de subjetividade, por intermédio, especialmente, do controle que exerce sobre a mídia, a publicidade, as sondagens etc” levando-nos a aceitar e ver o mundo a partir de padrões estabelecidos sem questionamentos. O autor aponta para a ecosofia, ou seja, uma articulação ético-política como proposta para  repensar nossa concepção histórica sobre o ser humano em suas relações consigo mesmo, com a sociedade e com o meio ambiente. Mas...
"para onde quer que nos voltemos, reencontramos esse mesmo paradoxo lancinante: de um lado, o desenvolvimento contínuo de novos meios técnico-científicos potencialmente capazes de resolver as problemáticas ecológicas dominantes e determinar o reequilíbrio das atividades socialmente úteis sobre a superfície do planeta; de outro lado, a incapacidade das forças sociais organizadas e das formações subjetivas constituídas de se apropriar desses meios para torná-los operativos" (2012, p. 12).

É preciso encarar que o sistema capitalista induz as pessoas a aceitarem os avanços técnicos e científicos e toda a “evolução” social sem duvidar ou problematizar quando na verdade tais processos caminham na contramão da sustentabilidade. É preciso mesmo uma "catálise" segundo Guattari na "retomada de confiança da humanidade em si mesma"...

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