Lendo a obra de Silvio Gallo, fui
tocado pela biografia de Gilles Deleuze, principalmente sobre suas viagens e
comportamento diante das raras palestras: “O que sei, eu o sei apenas para as
necessidades de um trabalho atual, e se volto ao tema vários anos depois,
preciso reaprender tudo” (p. 17) – Me vejo dentro dessa ideia. Considero
fundamental o aprender ensinando, no meu caso, revisitando os mesmo conteúdos
todos os anos.
Conhecer esta biografia e as obras
que estudamos foi possível pela abertura e oportunidade dada pela Profª Dra.
Maria Teresa. Poderia dizer, sem demagogia, que as aulas têm proporcionado um
contato semanal com colegas preciosos, além, uma construção ambígua de ideias que
convergem na estruturação do exercício do pensamento, que pode ser parecida, no
futuro, a de Michel Foucault e Gilles Deleuze - “A amizade com Foucault começa por uma afinidade filosófica: o interesse
por Nietzsche; os dois seriam os responsáveis pela edição crítica das obras
completas do filósofo alemão em francês, entre 1966 e 1967. Essa amizade filosófica
manifesta-se numa série de artigos: Foucault comenta Deleuze; Deleuze
comenta Foucault” (p. 19).
Essa associação de ideias leva a
uma nova filosofia. Poder falar, pensar, discutir, escrever de forma
inteligente seus ideais e pensamentos, promove não só o crescimento pessoal mas
a diversidade intelectual argumentativa dos companheiros de jornada. Isso
trouxe para a filosofia contemporânea, outra realidade da época. Esta traça caminhos
a partir de Nietzsche, como Deleuze,
Foucault, Lyotard, Derrida. Para esses, a filosofia era produzida a partir da
história dela, sem um destino exclusivo “ponto de chegada”: A história da
filosofia deve não redizer o que disse um filósofo, mas dizer o que ele necessariamente
subentendia, o que ele não dizia e que, no entanto, está presente naquilo que
diz (p. 29).
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