Para
mim a maior descoberta nesta disciplina foi a ruptura da relação ensino/aprendizagem.
Em todos os meus anos de estudos e na construção das minhas bases pedagógicas eu
sempre relacionei o ensino e a aprendizagem, aliás, os professores e autores
durante minha formação sempre instruíram esta relação. Quando a professora
disse em uma aula “o ensinante não tem
nada a ver com o aprendiz, o aluno que aprende, aprende quando quer”. Isto
para mim foi muito revelador. Na verdade, senti um certo alívio quando senti
que o mais importante é a experiência em si, como discutimos no texto do
Guatari. O que o professor precisa entender é que precisa entender a própria
experiência. Não precisamos ficar com as “bagagens no ombro”. Como dizer ao
aluno o que é e o que não é importante? A experiência é a dele.
Outro
ponto muito interessante que aprendi nesta disciplina foi a questão da Utopia política
e pedagógica. Chegamos a uma linha de pensamento em que parece que todos estão
envolvidos com a questão da inclusão quando na realidade não está acontecendo
nada efetivamente. Existe por exemplo a lei, a sala de recursos, o AEE, ou seja,
parece que tudo está convergindo para a direção correta, mas não acontece nada
de forma concreta. Estamos dentro de um quadro utópico vivendo uma realidade e
acreditando em outra. Também foi muito interessante pensar na escola como um
ambiente de tensão e controle, como discutimos com o texto do Foucault. A escala
de poder que vai se repercutindo de tal forma sobre nós que passamos a defender
estas utopias.
Na
apresentação do nosso seminário descobri que assuntos totalmente atuais como o
que foi colocado por Anísio Teixeira: “o ideal da escola seria o de libertar o
aluno da tutela do adulto para o colocar sob a tutela da própria consciência
moral. Na prática, deveria existir um modelo escolar no qual se confiaria aos
alunos a disciplina e o seu funcionamento”. Ideias revolucionárias já concebidas
por Anísio Teixeira há muito tempo. Pensar na escola e na atual concepção e
construir as rotas de fuga para fugir do controle instituído neste espaço,
talvez seja a busca que devemos fazer como professores.
Adorei
ter tido a oportunidade de falar um pouco sobre a minha pesquisa com as Tecnologias
e Informação e Comunicação – TIC e direcionar estes recursos para os processos
de inclusão. Sei que é um trabalho difícil, pois, com o a velocidade atual do
desenvolvimento tecnológico e o perfil digital dos alunos das novas gerações em
contraponto com a formação dos professores de outras gerações e a questão da
formação tecnológica nos atuais cursos de formação de professores. De forma
geral foi umas das mais ricas disciplinas que cursei na UNICAMP. Obrigado à
professora Maria Tereza e a todos os colegas.
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