domingo, 3 de dezembro de 2017

Descobertas - Alexandre Henrique dos Santos

Para mim a maior descoberta nesta disciplina foi a ruptura da relação ensino/aprendizagem. Em todos os meus anos de estudos e na construção das minhas bases pedagógicas eu sempre relacionei o ensino e a aprendizagem, aliás, os professores e autores durante minha formação sempre instruíram esta relação. Quando a professora disse em uma aula “o ensinante não tem nada a ver com o aprendiz, o aluno que aprende, aprende quando quer”. Isto para mim foi muito revelador. Na verdade, senti um certo alívio quando senti que o mais importante é a experiência em si, como discutimos no texto do Guatari. O que o professor precisa entender é que precisa entender a própria experiência. Não precisamos ficar com as “bagagens no ombro”. Como dizer ao aluno o que é e o que não é importante? A experiência é a dele.
Outro ponto muito interessante que aprendi nesta disciplina foi a questão da Utopia política e pedagógica. Chegamos a uma linha de pensamento em que parece que todos estão envolvidos com a questão da inclusão quando na realidade não está acontecendo nada efetivamente. Existe por exemplo a lei, a sala de recursos, o AEE, ou seja, parece que tudo está convergindo para a direção correta, mas não acontece nada de forma concreta. Estamos dentro de um quadro utópico vivendo uma realidade e acreditando em outra. Também foi muito interessante pensar na escola como um ambiente de tensão e controle, como discutimos com o texto do Foucault. A escala de poder que vai se repercutindo de tal forma sobre nós que passamos a defender estas utopias.
Na apresentação do nosso seminário descobri que assuntos totalmente atuais como o que foi colocado por Anísio Teixeira: “o ideal da escola seria o de libertar o aluno da tutela do adulto para o colocar sob a tutela da própria consciência moral. Na prática, deveria existir um modelo escolar no qual se confiaria aos alunos a disciplina e o seu funcionamento”. Ideias revolucionárias já concebidas por Anísio Teixeira há muito tempo. Pensar na escola e na atual concepção e construir as rotas de fuga para fugir do controle instituído neste espaço, talvez seja a busca que devemos fazer como professores.
Adorei ter tido a oportunidade de falar um pouco sobre a minha pesquisa com as Tecnologias e Informação e Comunicação – TIC e direcionar estes recursos para os processos de inclusão. Sei que é um trabalho difícil, pois, com o a velocidade atual do desenvolvimento tecnológico e o perfil digital dos alunos das novas gerações em contraponto com a formação dos professores de outras gerações e a questão da formação tecnológica nos atuais cursos de formação de professores. De forma geral foi umas das mais ricas disciplinas que cursei na UNICAMP. Obrigado à professora Maria Tereza e a todos os colegas.


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