domingo, 20 de agosto de 2017

A experiência de compreender a experiência...

As leituras que tenho feito sobre "experiência" (em especial o texto de Bondia) e a atualização virtual  de algumas memórias sobre minhas  aulas (como professor e aluno) têm me possibilitado desterritorializar algumas ideias para ressignificá-las.  De fato, nem todos os episódios vividos em uma escola se transformam em experiência porque estamos tão preocupados com a  relação entre a ciência e a técnica ou com a relação entre a teoria e a prática que não paramos para pensar nos sentidos que damos ao que fazemos. Gosto do que o autor define como um sujeito passional, que entendo ser o sujeito à mercê daquilo que o afeta. Penso na escola que frequentei, na Universidade, no Leped... Quantas são as vezes em que não nos deixamos ser afetados, ser alcançados, ser tocados e transformados? Para Bondia o excesso de informação impossibilita a experiência... Concordo e complemento que o pragmatismo, a lógica da ação, a busca pela melhor performance são, além da informação e necessidade de opinião, formas de inibir a transformação de um evento em um acontecimento, ou de um fato qualquer em uma experiência. Ser um sujeito passional na escola (e na vida fora dela) tem a ver com compor com o outro, ouvir, intuir a diferença do outro e se transformar nesse processo. Que rica experiência tem sido a de tentar compreender o que, de fato, é uma experiência!

2 comentários:

  1. Muito legal.
    A relação experiência e prática são tão próximas, mas nem sempre o que vivenciamos em alguma escola nos faz guardar a experiência e permitir que ela nos modifique. Sinto o mesmo.

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    1. Voce escreveu que "sente" o mesmo, e é exatamente isso que nos falta: SENTIR. A necessidade imediata de fazer interrompe a pausa que permite a compreensão, o ressignificar. Precisamos de tempo para isso...

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